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ORAÇÃO À SAGRADA FACE Ó meu Jesus, lançai sobre nós um olhar de misericórdia! Volvei Vossa face para cada um de nós, como fizestes à Verônica, não para que a vejamos com os olhos corporais, pois não o merecemos. Mas volvei-a para nosso coração, a fim de que, amparados sempre em Vós, possamos haurir nesta fonte inesgotável as forças necessárias para nos entregarmos ao combate que temos que sustentar. Amém. ORAÇÃO DA AMIZADE Senhor, quão poucos são os verdadeiros amigos, porque imperfeitos, limitados! Muitas vezes decepciono-me, esquecido de que sou eu quem erra quando espero deles uma perfeição, uma santidade e um perfeito amor o qual somente Vós possui e mesmo aqueles que Vos amam verdadeiramente, são falhos, porque humanos. Fazei-me, obstante as dificuldades, bondoso e verdadeiramente amigo para com todos, sem nada esperar, nem mesmo um só agradecimento. Sois, Senhor, o melhor e mais perfeito amigo entre todos os meus amigos. Vós que me amais com um amor perfeito, ensinai-me a amar com o Vosso coração, a olhar com Vossos olhos e a viver sempre como testemunha digna da profunda amizade e amor que sempre tivestes e tendes para comigo. Amém. Envie sugestões e duvidas para



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A verdadeira Mulher
A verdadeira Mulher

Profissional ou esposa, o que corresponde à mulher?

Por: Nancy Escalante

Sobre a dignidade e vocação da mulher como esposa, mãe, profissional e educadora.

Ser mulher é um dom maravilhoso, por isso é importante que a própria mulher e a sociedade redescubram seu grande valor para que assim ela consiga realizar o desenvolvimento de sua missão como esposa, mãe e profissional, atingindo sua plenitude ao viver sua vocação como mulher íntegra, desenvolvendo suas potencialidades que são fontes de vida e de riqueza. Já que a essência da mulher é ser permanentemente receptora, transmissora e educadora da vida humana, é importante que ela mesma redescubra seu papel na sociedade, cumprindo amplamente com o sentido de sua feminilidade, indo assim além de um determinismo que a limite e não permita seu autêntico desenvolvimento, não se trata somente de uma oportunidade para a realização da mulher, como também implica um dever que tem de exercer para realizar um bem para a sociedade, sendo fundamental que – com sua presença – humanize vários âmbitos da vida social, partindo da família, política, educação, etc.

A mulher, com sua feminilidade, está chamada a dar amor e tem o grande dom da fecundidade, o qual não somente se refere ao aspecto biológico, como também ao social, cultural, político e familiar. Portanto, ela tem o direito e o dever de semear tudo aquilo que implica esse dom da feminilidade para dar lugar, na humanidade, a frutos de fé, esperança e caridade. É aí onde o dom da mulher, como capacidade de auto-entrega, a leva não somente a se realizar como pessoa humana íntegra, como também a colaborar – de modo comprometido e ativo – para o desenvolvimento e transformação do mudo a seu redor, conseguindo assim o bem comum.

Portanto, para que possa chegar a ser uma mulher integral, ela tem o direito e o dever de desenvolver-se no campo profissional, conservando sempre o interesse pela família, fundamentando valores humanos em contato com todas as pessoas ao seu redor. Para uma mulher conseguir realizar o que foi antes mencionado, é imprescindível passar por um auto-conhecimento para assim valorizar sua própria natureza e dignidade feminina, e poder desempenhar todas suas capacidades e habilidades, aproveitando as oportunidades que forem surgindo.

É importante que o desempenho da mulher no âmbito trabalhista não interfira em sua função dentro da família, função que é insubstituível e tem um valor inestimável.

Uma MULHER profissional, que valoriza sua feminilidade e sua dignidade, considera seu trabalho como uma verdadeira expressão de seu ser, imprimindo assim sua característica, vendo no trabalho uma oportunidade de servir e cooperar, indo ao encontro das demais pessoas, compartilhando com elas o que ela é e o que tem, fomentando assim relacionamentos fraternos, leais, em que ressaltam a generosidade.

Neste sentido, é importante que a mulher, ao desenvolver sua vocação profissional, não esqueça suas tarefas específicas, de maneira que exista uma verdadeira congruência e se imprima um verdadeiro ambiente de amor e entrega. Por isso, é importante que a mulher íntegra aplique seus conhecimentos profissionais para a formação de seus filhos e que esteja disposta a sair de si mesma e de seus próprios interesses, dando prioridade ao bem de sua família, de tal maneira que imprima a sua profissão um selo de humanidade e de testemunho de generosidade e congruência de vida.

Na carta apostólica de s.s. João Paulo II, “Mulieris Dignitatem”, sobre a dignidade e a vocação da mulher, reconhece o dom da feminilidade da mulher, reivindicando os direitos das mulheres e exaltando o papel e possibilidades da mulher na sociedade e no mundo do trabalho. É uma realidade que as mulheres cristãs realizam uma extraordinária tarefa na Igreja, na sociedade e no mundo profissional, Não em vão, o Papa João Paulo II afirma “Deus confiou à mulher o homem, o ser humano” [1].

Finalmente, como conclusão, pode-se dizer que a mulher atualmente, ao estar mais inserida que nunca na sociedade e na vida profissional, não deve se deixar levar pelas irrefletidas expectativas de que a mulher só pode se realizar sendo uma profissional de sucesso ou tendo um grande desenvolvimento econômico: é evidente que hoje, mais que nunca, a mulher está se desenvolvendo, mas isto não quer dizer que para sua realização deva deixar de lado a maternidade ou que esta a atrapalhe, mas deve se conhecer, valorizar-se e ir complementando todos os aspectos que foram mencionados antes e que, por vocação, está chamada. Estando realizada em todos os aspectos, poderia influenciar a família e a sociedade a velar pelo bem comum.

[1] Carta Apostólica. Mulieris Dignitatem. Sobre a Dignidade e a vocação da mulher. S.S. João Paulo II, 1988.


A mulher deve fazer seu marido feliz ou o marido à mulher, ou é tarefa dos dois?

Por: Nancy Escalante

A Bíblia nos diz:

FAZER O MARIDO FELIZ. Confia nela o coração de seu marido, e jamais lhe faltará coisa alguma. Ela lhe proporciona o bem, nunca o mal, em todos os dias de sua vida (...) Seu marido é considerado nas portas da cidade, quando se senta com os anciãos da terra.(Prov. 31, 11-12 e 23).

Atualmente, existe uma forte tendência a desacreditar o matrimônio, através de uma série de falácias que manifestam que o casamento para a mulher é uma forte opressão e um limite para sua verdadeira realização, indo – portanto - contra sua dignidade.

Diante desta ideologia de feminismo radical, pretende-se que a mulher só olhe para ela mesma, procurando o bem unicamente para si, evitando deveres e exigindo direitos, de tal maneira que não perdoa erros alheios nem aceita os próprios, considera que o amor é um risco e, portanto, somente deve servir para beneficiar-se de maneira pessoal, por este motivo, evita a entrega total.

Em determinadas ocasiões, devido à influência deste pensamento hedonista e utilitarista que só procura o prazer pelo prazer, pareceria que ser mulher e esposa implica uma série de sacrifícios que impedem a auto-realização e a felicidade da mulher, no entanto, ao contrário, a satisfação e a plenitude é maior do que qualquer sacrifício a ser enfrentado. A propósito, é preciso lembrar que o verdadeiro amor não é somente ser feliz e receber, também implica amar, dar e sacrificar.

Diante destas afirmações, é importante divulgar a verdadeira essência da Mulher-Esposa, uma vez que ela une seu destino ao de seu esposo, através de uma relação de entrega e de amor total de ambas as partes.

A mulher-esposa possui a confiança do homem para seus cuidados, os de seus filhos e os de seu lar, e é ali onde a mulher pode reconhecer este dom de ser esposa de uma maneira agradecida ao seu Criador, ou então como se fosse simplesmente uma obrigação imposta pela sociedade. O homem que reconhece o valor da mulher a vê como uma companheira perfeita e como um apoio incondicional. “Obrigado, mulher-esposa, unes irrevogavelmente teu destino ao de um homem, mediante a relação de recíproca entrega, ao serviço da comunhão e da vida” (1).

Com este reconhecimento do admirável dom da mulher-esposa, o homem também tem a responsabilidade de procurá-la e velar por seu bem-estar, considerando este dever um privilégio, já que ambos podem se complementar e ver, assim, um pelo outro, estando ambos dispostos a compartilhar tudo.

De fato, a mulher para o homem é um presente valioso de seu Criador, que lhe inspira a trabalhar, a lutar pelo que quer, de tal maneira que o homem sente a necessidade de protegê-la e cuidá-la. “Maridos, amai as vossas mulheres como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela... ” (Ef 5, 25).

A mulher que opta pelo matrimônio atinge sua plenitude e realização em sua entrega total, uma vez que deu um “sim”, um “te quero para sempre”, já que o matrimônio é uma comunidade de vida e de amor, portanto, ser Esposa não é uma opressão, ao contrário, é uma oportunidade para crescer, para dar, para criar e transcender.

É uma realidade que ser esposa não é uma tarefa fácil, mas é aí onde se encontra o desafio e o valor de ser esposa, porque se a mulher se render diante das dificuldades e exigências do amor e de ser esposa, se fechará à oportunidade de demonstrar a ela mesma sua fortaleza. Apesar de que a mulher-esposa é vista como fraca, frágil e abnegada, na verdade, é preciso uma grande fortaleza, inteligência, vontade e capacidade de dar para cuidar o amor dia a dia, não só dando e cuidando, como também criando.

Chegamos à conclusão de que fazer feliz ao cônjuge não é uma função exclusiva do homem ou da mulher, mas trata-se de uma tarefa compartilhada. Aí se manifesta a reciprocidade do casal, ingrediente imprescindível da relação conjugal para manter viva a comunicação e o amor entre os esposos, ao longo dos anos.

Por outro lado, ser esposa é um privilégio e um ato admirável, já que implica uma grande fortaleza, generosidade e vontade.

Um sim constante em cada ato cotidiano, apesar das dificuldades, levantando-se depois de cada queda.

É aceitar deveres e ser responsável, mas considerando esta entrega e serviço ao esposo como uma oportunidade de doar-se por amor, chegando assim à felicidade.

É procurar o bem do outro, sem esquecer o bem próprio, conseguindo o equilíbrio ao combinar a vida de esposa, profissional, mãe e todo o que leve à verdadeira auto-realização e plenitude como mulher e pessoa humana.

É AMAR em CRISTO.

(1)Wojtyla, K. (1996) Carta a las Mujeres. Paulinas: México. pág. 4.


Mulher educadora: como nós, mulheres, falamos?

Por: Nancy Escalante

“Abre a boca com sabedoria: amáveis instruções surgem de sua língua” (Prov. 31:26).

Ao longo da história, a mulher tem se caracterizado por sua sensibilidade e capacidade para dar e chegar ao coração dos seres humanos, uma vez que – por sua própria essência feminina – está chamada a ser educadora em quanto a ser receptora, transmissora e conservadora da vida espiritual e da dignidade da pessoas humana, tendo assim a capacidade formadora e a responsabilidade de influenciar no crescimento de cada pessoa e na humanização do mundo. Portanto, a mulher com sua vocação educadora pode atualizar os valores e as virtudes humanas e, desta maneira, contrabalançar as influências de ideologias externas que atacam a dignidade da pessoa e o bem da humanidade. É imprescindível que a mulher seja clara e coerente ao transmitir seus critérios e dar um testemunho integral.

Neste sentido, a maternidade da mulher está intimamente relacionada com sua vocação educadora, já que a mulher tem uma missão especial na educação dos filhos, ela que – nos dois primeiros anos de vida da criança – oferece a segurança e confiança necessárias, que são geradas a partir da relação estabelecida entre mãe e filho, principalmente neste período. Será a partir desta relação que a criança irá estabelecendo sua identidade pessoal e sua capacidade para construir relacionamentos positivos com as outras pessoas, portanto, em grande medida, é a mulher quem guia os primeiros passos de seus filhos, dando apoio e sendo um ponto primordial de referência para a vida de seus filhos.

É a sensibilidade da mulher que se complementa com as potencialidades do homem para que ambos, na união parental, possam cumprir a importante tarefa educativa da vida familiar, na qual é a mulher que, em grande medida, dá calor ao entorno e à família que é uma comunidade de amor. A mulher está chamada a manifestar seu amor com seus afetos, cuidados, ternura e delicadeza, que são qualidades próprias de sua essência feminina e que fomentam a presença de um ambiente verdadeiramente humano no lar, que assim se torna um lugar fértil para o fortalecimento de valores e virtudes em cada membro desta comunidade.

Por isso, a mulher – através de suas características femininas – está chamada a manifestar seus dons, construindo e contribuindo com as ferramentas e elementos necessários para o desenvolvimento das potencialidades da pessoa humana, conservando assim e fomentando a formação e transmissão de valores. De tal maneira que a mulher também está chamada a participar da construção da sociedade. É assim, como esta “mulher completa” (cf. Prov. 31, 10) é considerada um apoio imprescindível e uma força espiritual para a família e, conseqüentemente, para a sociedade em geral.


O privilégio de ser mulher

Por: Ana Rosa Abraham Funes (psicóloga)

Ser mulher não somente se refere à definição do sexo de uma pessoa. Sentir-se mulher implica tomar a feminilidade como ponto de partida de uma viagem que promete ser profunda, exigente na entrega, no ardor e no amor pela vida.

As mulheres vivem uma procura em nossa realidade cultural, estão ávidas de atingir a pós-modernidade, sem que isto implique renunciar à essência própria de seu sexo. É a procura do abraço à sua natureza feminina, de aprender a se valorizar como mulheres e a projetar esse mundo interno pleno de intuição, planícies de terra fértil e convicção de que a vida se revela no olhar de seus filhos, o apoio dos pais, caminhar ao lado do cônjuge e o amor sempre fiel às raízes que semeou. Implica uma viagem desde o interior até o exterior, cujo ponto de chegada é a harmonia de saber-se humana, totalmente integrada, equilibrada e completa. Que maravilha ver-se refletida em seus projetos... nos seus!

A viagem da vivência do feminino começa com a procura da identidade da mulher, a consolidação da família, a geração de projetos que favoreçam o papel que ela possui diante da vida e o compromisso social que lhe corresponde. A definição desta procura dará seus frutos e eles se multiplicarão, dando-lhe a oportunidade de transcender desde sua natureza, construindo a si mesma cada manhã, imprimindo força em cada palavra, paixão em cada meta e comprometimento em cada momento de sua existência.

Se ela não escutasse o chamado e decidisse trair a viagem própria que a espera, a vida cobraria sua fraqueza, traduzindo-se em esterilidade, debilidade, solidão e vazio. Quantas vezes a mulher se pergunta: “Por que me sinto tão sozinha?”, “Por que não reconhecem o que eu faço?”. A pergunta real seria: “Eu me valorizo?”.

A mulher completa, íntegra e confortável em sua essência não esquecerá o privilégio de seu ser feminino, potencializando-se a partir do amor e com o amor, a cada batida de seu coração. Então, trabalhará como mulher, se entregará aos demais como mulher e amará as outras pessoas como somente ela sabe fazê-lo, como um ser que foi chamado à vida para nela conjugar intuição e sabedoria, produtos de sua estirpe criativa e de sua entrega incondicional.

Ser mulher é um privilégio, mas também uma missão que se vive com força, paixão, luta e –sobretudo – com a convicção de que seu olhar pode mover e comover o homem amado, o pai admirador, a mãe orgulhosa de suas realizações e os filhos exultantes em contar com ela.

É a força da palavra que uma mulher exerce e que pode mudar o rumo da história. São as lágrimas de uma mulher que podem abrir um mundo de sensibilidade sublime além do âmbito terrestre.

Então, como mulheres, nossa tarefa se traduz em aprender a distinguir entre tudo que nos rodeia e o que levamos dentro. O que tem de vir e quais são os padrões arcaicos e velhos que devemos deixar morrer? Quais são aqueles que nos freiam e deprimem?. Viver a vida construindo nosso destino dia a dia, passo a passo e batida a batida do coração. Que cada momento se experimente como a interpretação de uma canção, conjugando nossa criatividade e força vital, dando-nos alma e espírito com nosso canto para não perder jamais de vista nosso ser feminino.


A paz interior

Por: Padre Nicolás Schwizer

Uma qualidade dos cristãos me parece ser, ou pelo menos deveria ser a paz interior. É importante, sobretudo para a mulher. Assim pode ser o centro do lar em torno do qual gira a vida familiar. Uma autêntica mãe tem conquistado e irradia uma profunda paz.
E nós, até que ponto temos isto conquistado? Parece-me que a muitos nos custa adquirir e conservar essa atitude. Talvez nos deixamos pressionar muito pelas exigências da vida, da casa, das crianças, da economia. Ao voltar do trabalho já não restam forças para manter a calma, dominar os nervos e irradiar paz.

Que prazeroso é encontrar-se com pessoas que irradiam serenidade e paz! Só em entrar no seu espaço vital, se experimenta sua tranqüilidade que dá profundidade a sua vida. São centros de paz num mundo agitado. Recordam-nos que as penas passam e os triunfos desgastam-se com o tempo. E que o único importante é viver a realidade cotidiana tal como vem, sem deixar que nada sacuda os pilares de nossa serenidade.

O homem de hoje não conhece a paz do coração porque perdeu o rumo, está confundido e desorientado frente aos grandes interrogantes da existência. Por isso não é capaz de levar uma vida conjugal estável, assumir com dignidade qualquer compromisso sério. Em lugar de uma vida ordenada e harmoniosa vive permanentemente estressado, numa atitude de dispersão, fuga e evasão. Com uma vida assim é impossível encontrar serenidade e paz.

1. Paz com Deus. Segundo São Augustinho paz é “tranquillitas ordinis”, o sossego por ajustar-se à ordem estabelecida por Deus. Para que possa ter paz interior devo ter conquistado a paz com Deus: saber-me e sentir-me filho querido do Pai, entregar-me filialmente a Ele.

2. Paz com os homens. Quem se sente em paz com Deus pode lançar-se à árdua tarefa de buscar paz com os homens. Meta tão necessária como difícil na vida conflituosa que levamos. Nesse horizonte tormentoso a mim compete fomentar a paz e torná-la possível no meu pequeno ciclo.

Que os que vivem em contato comigo saibam que não tem nada a temer de mim. Que não vejam um rival, se não um amigo; não um obstáculo a sua carreira, se não uma ajuda em seu caminho.

3. Paz comigo mesmo. A paz mais difícil á a paz consigo mesmo. A divisão mais profunda é a do próprio eu. Por culpa do pecado estamos divididos por dentro assim como uma guerra civil ambulante: conflitos entre alma e corpo, homem velho e homem novo, vontade e instintos, razão e sentimentos, anjo e demônio. Não aceitar-me a mim mesmo, rechaçar meu passado, não admitir minhas debilidades, ser intransigente comigo mesmo, tudo isso torna impossível à paz. E é difícil estar em paz com Deus e os demais, se em mim mesmo não existe unidade.

Bem o sabe o demônio. Por isso, procura de todas as maneiras semear a inquietude e a divisão nas almas. Porque uma alma intranqüila é uma alma disposta a ser vencida pela tristeza e a voltar-se sobre si mesma.

Minha harmonia natural á a condição para minha santidade. Tomemos a sério, por isso, a presença do Espírito Santo em nossa alma e peçamos-lhe que realize a obra de nossa cura e purificação natural.

Temos que lutar por conquistar a calma interior, a serenidade da alma, à paz do coração. Que a Santíssima Virgem, Rainha da paz, nos ajude a todos a transformar-nos em homens e mulheres cheios de harmonia e paz neste mundo cheio de ódio, de discórdias e de guerras.

4. Paz com o mundo inteiro, com toda a criação. Paz cristã que ama a natureza, porque é obra de Deus, e encontra-se a gosto no mundo, porque é a casa de Deus Pai. Paz que abarca tudo e o leva ao seu destino final no coração de Deus.

Perguntas para a reflexão

1. Aporto paz e tranqüilidade aos demais?
2. Conheço meus conflitos interiores?
3. Peço ao Espírito Santo o fruto da paz?


Mais valiosa do que um diamante

Por: Rosario Alfaro Martínez

A palavra de Deus diz que UMA MULHER COMPLETA é mais valiosa do que as pedras preciosas (Cfr. Provérbios, 31, 10).

Se considerarmos que a pedra mais valiosa é o diamante, então poderemos pensar que seu valor ultrapassa ao do diamante. Dito desta maneira, até parece lógico porque qualquer pessoa é mais valiosa do que uma pedra, por mais valiosa que esta pedra for; mas, vejamos o que realmente a palavra de Deus quis dizer quando mencionou que a mulher completa era mais valiosa do que as pedras preciosas. Para isto, temos que aprender um pouco sobre a natureza dos diamantes.

O VALOR DE UM DIAMANTE E OS TIPOS DE MULHER

Não há dúvida de que um diamante é uma pedra muito valiosa, pela qual têm sido disputadas batalhas, provocado invejas e perdido vidas. Parece inacreditável que esta pedra possa valer tanto quando sua origem é tão “humilde” como um carvão, de fato, os diamantes são carbonos cristalizados.

Mas surpreendente é pensar que, enquanto a grafita que é quimicamente igual ao diamante é um mineral “mole”, o diamante é o mineral mais duro que se conhece. Por isso, ele recebe este nome: diamante provém da palavra grega “adamas” que significa “invencível”, pela dureza do mineral.

Nós, as mulheres, também somos assim. Existe um tipo de mulher “grafita” e outro “diamante”:

• Mulher-grafita: parece débil, quebradiça, tão sensível que não aprendeu a viver sua vida por ela mesma e precisa responsabilizar alguém mais de sua existência. Considera que deve procurar proteção e tem um profundo desejo de ser cuidada, não deseja aceitar a realidade que lhe diz que somente ela é responsável pela sua vida. É modelo de sacrifício e passividade, considera que a feminilidade está em mostrar fraqueza e sensibilidade à flor da pele. Vive cuidando seu físico, pois considera que somente pode ser aceita por sua aparência e, sobretudo, procura sempre estar sob a proteção masculina. No entanto, é feita do mesmo material que a mulher diamante, tem todo o potencial para poder mudar.

• Mulher-diamante: tem maior responsabilidade consigo mesma, deixando de esperar que outros dirijam sua vida. Tem contato com seu corpo e suas emoções, mas não vive acorrentada somente às suas funções biológicas, justamente porque as conhece, pode ver suas possibilidades e limites; sabe que pode amar e ser amada, e não deseja ser considerada como um objeto erótico do homem, deixa de ocupar o papel de vítima, tolerante de todo sacrifício, jamais deixa que a pisem ou lhe faltem o respeito, ao contrário, conhece sua dignidade e tem uma alta auto-estima.

Continuando com os diamantes, eles geralmente têm forma cúbica ou romboidal, mas podem adotar variadas formas, como cubos. Não é raro encontrar cristais arredondados, torcidos ou enroscados. Têm uma ampla gama de transparências e cores; as melhores gemas são transparentes, mas também existem os brancos, que são muito apreciados. No entanto, se apresenta um matiz amarelo ou castanho, isto é considerado um defeito. Os diamantes castanhos são comuns, os verdes e azuis são raros; os vermelhos são os mais inusitados. A cor dos diamantes deve-se à presença de impurezas de elementos diferentes do carbono, por isso o mais transparente é mais valioso porque não apresenta impurezas. Os diamantes têm um índice de refração tão alto que dão todos os matizes do arco-íris. No entanto, alguns – por estar manchados de cinza ou negro – não servem como pedras preciosas, mas são utilizados na indústria, sobretudo na extração de poços petrolíferos.

A mulher diamante também tem esta variedades, pode ser encontrada em forma bruta, sem nenhum brilho, e até lhe poderíamos colocar um letreiro dizendo: “Mulher diamante em construção, Deus continua trabalhando comigo, desculpe os inconvenientes que isto pode provocar”; já que os diamantes – quando ainda não foram lapidados – têm uma aparência opaca. Sabemos que, em geral, as mulheres têm múltiplas facetas, por isso é importante dar-se conta que em alguns momentos somos de um tipo e, em outros, apresentamos características de outro tipo (o ideal seria ter um pouco de tudo ou ser evidentemente a mulher diamante transparente):

• Mulher-diamante manchado de preto ou cinza: o diamante manchado é usado pela indústria e se chama “ballas”, é de forma semi-esférica e superfície granulada. Por sua extrema dureza, é impossível lapidá-los, por isso geralmente são usados para a extração de poços petrolíferos ou para partir outras rochas. O mesmo acontece com a mulher-diamante manchado, ela é a mulher mais forte, dá a impressão de ser tão áspera que é impossível parti-la, é dura em seus julgamentos e em sua visão das coisas, embora isto não seja sempre negativo, ao contrário, já que – quando enfrenta um problema grave – uma mulher-diamante manchado pode ter uma força inquebrantável que a faz prosseguir e superar as barreiras, independentemente das surpresas que a vida possa lhe dar.

• Mulher-diamante vermelho: estes diamantes são muito raros, assim como as mulheres diamante-vermelho, que podem ser as mais apaixonadas pela vida, têm uma vitalidade tal que as fazem ser muito trabalhadoras e empreendedoras. Aqui encontramos as mulheres de negócios ou as que têm sucesso na vida profissional, são líderes inatos, embora também às vezes podem parecer frias e calculadoras ou parecer que estão zangadas, devido a seu temperamento forte. O que acontece é que muitas delas temem ser magoadas por sua grande capacidade de entrega. Muitas dão a impressão de serem inconquistáveis, embora – no fundo – têm uma grande sensibilidade e necessidade de ternura e carinho.

• Mulher-diamante castanho: este tipo de diamante é o mais comum, assim como a mulher-diamante castanho. Este tipo de mulher tem um toque de amarelo, isto é, geralmente o amarelo é uma cor comparada com a inveja, os ciúmes, egoísmo, ódio, adolescência, em sua parte sombria ou negativa. A mulher- diamante amarelo é assim, ainda apresenta traços de insegurança que a fazem ser ciumenta, invejosa, egoísta e também negar-se a deixar a adolescência, seja por medo ou por estar placidamente acomodada nesta etapa da vida. No entanto, também o amarelo representa alegria, luz, vitalidade e prazer, portanto também é preciso que dentro de cada mulher exista uma mulher-diamante castanho que a ajude a desfrutar a vida com a mesma energia de uma criança.

• Mulher-diamante verde: os diamantes verdes são muito raros, porque é muito difícil encontrá-los. São realmente escassos, com a mulher-diamante verde, já que o verde sempre significou esperança, por isso este tipo de mulher é aquela que pode dar esperança a qualquer pessoa, sem importar o tipo de problema em que esteja envolvido. Elas são capazes de escutar e são boas conselheiras, embora talvez tenham o problema de gostar muito de resolver os problemas dos outros, isto pode ter duas conseqüências: uma delas é que às vezes é mais fácil resolver as dificuldades dos outros do que as próprias; outra é que muita gente não gosta de receber sua ajuda. No entanto, o aspecto mais positivo é que são as mulheres que mais facilmente encontram o equilíbrio.

• Mulher-diamante azul: os diamantes azuis são também tão raros quanto os verdes, e são inclusive mais valiosos. Da mesma forma, as mulheres-diamante azul são mais raras de encontrar. O azul significa harmonia, paz, amor, afeto, confiança, fidelidade e ser reservada. Este é um tipo de mulher que pode mostrar todos estes atributos, talvez um mais que o outro, mas – em geral – as mulheres diamante azul são aquelas com as quais todo mundo deseja conversar e contar seus segredos, são as amigas que oferecem o ombro para você chorar e que podem aconselhar sabiamente, as que são fiéis em qualquer circunstância. A única pequena desvantagem é que, às vezes, é difícil para elas encontrar alguém que as saiba escutar e compreender, estão tão acostumadas a dar que, em geral, para elas se torna difícil receber.

• Mulher-diamante branco: este tipo de diamante é muito valioso porque embora não seja transparente, é o que mais pode se aproximar a sê-lo, além disso, a luz que emite em reflexos é a que mais parece com a luz do diamante transparente, ainda que não possa ser considerado um diamante transparente e é menos valioso do que este. As mulheres diamante branco são assim, têm como vantagem esse toque de inocência e pureza (como o diamante transparente), mas talvez com elas aconteçam duas coisas: são tão ingênuas que é fácil abusar delas, ou, pelo contrário, existe algo escondido em seu interior que não lhes permite transparecer toda a luz que têm dentro.

• Mulher-diamante transparente: este é o diamante mais valioso porque pode refletir todas as cores do arco-íris, tem uma transparência tal que qualquer raio de luz pode fazê-lo brilhar de uma maneira inacreditável. A mulher-diamante transparente é assim, digamos que é a mais integral de todas, pode – em alguns momentos – ter uma cor ou outra, tirando assim o melhor de cada uma das personalidades das mulheres-diamante, sabendo lidar com suas emoções e sentimentos, além de mostrá-los livremente, mas – ao mesmo tempo – tem a sabedoria necessária para encontrar o momento adequado para fazê-lo. Ser uma mulher-diamante transparente é o que há de mais próximo a uma mulher completa.

Que tipo de mulher é você? Já se encontrou em alguma delas? Talvez mais de uma, e isso está bem porque, como disse Jung, em questões de personalidade “todos somos tudo”, além disso é importante considerar que algumas mulheres-diamante ainda não possuem o “corte” adequado, já que estão justamente no processo de polimento e lapidação e, portanto, ainda não é possível apreciar todas suas qualidades, como acontece com um diamante real. A chave para chegar a esta plenitude é o auto-conhecimento, para poder ir avançando no desenvolvimento pessoal e conseguir chegar assim à maturidade que torna a MULHER COMPLETA, segundo a Palavra de Deus. Não se trata somente de atingir determinado grau de maturidade, mas de um processo constante de superação, crescimento e sobretudo é reconhecer o GRANDE VALOR que, como mulheres, temos.

O mais importante é reconhecer que não basta ser uma mulher-diamante transparente, mas procurar ser a MULHER COMPLETA, aquela que se deixou moldar pela melhor ROCHA que existe, pela PEDRA que os construtores rejeitaram e que se transformou em PEDRA ANGULAR (Cfr. Mateus 21, 42), ou seja, a MULHER COMPLETA é aquela que se abriu à graça de viver no coração de Jesus, que se deixa moldar por Ele e que deseja fazer Sua vontade, porque se encontrou com o único que nenhuma pedra pôde deter. Não o detiveram as pedras que os escribas e fariseus queriam lançar sobre a adúltera (Cfr. João 8, 1-11), também não se deteve quando os judeus queriam apedrejá-lo porque defendia para Ele e para nós a dignidade de filhos de Deus (Cfr. João 10, 22-39), não o deteve uma pedra, quando devolveu à vida seu amigo Lázaro (Cfr. João 11, 1-43) e, por último, não se deteve quando realizou a façanha que ninguém nunca conseguiu fazer: derrotar a morte e mover a pedra de seu próprio sepulcro (Cfr. Lucas 24, 1-8).

Podemos dizer que a MULHER COMPLETA é aquela que tem as características da mulher-diamante transparente e, além disso, assim como Maria Madalena, tem um encontro com JESUS RESSUSCITADO (João 20, 11-18). Um encontro com Aquele que, com muito carinho, chamava sua mãe de MULHER (João, 19, 26), porque sabia que Ela, Maria, era nosso melhor modelo de MULHER COMPLETA. Por esta razão Ela é mais valiosa do que um diamante, porque tem sua vida construída sobre a ROCHA FIRME QUE É JESUS CRISTO.

Mulher, moda e felicidade

Por: Martha Morales

O modo de se vestir de uma mulher reflete parte de seu “eu profundo”, de sua interioridade. Por isso, quando o homem se veste, cobre seu corpo mas quando a mulher se veste, descobre sua alma.

Eu lhe convido a não ceder diante da pressão do ambiente. Você se anima a melhorar a moda e os costumes? O modo de falar, de vestir, de se movimentar tem muito a ver com o que levamos dentro. Com freqüência a moda massifica tudo e assim está planejado pelos poderosos da terra. Você pode ser uma mulher dignamente rebelde, uma mulher inteira. Se as mulheres souberem cuidar sua alma e seu corpo, não serão “uma mais”: serão mulheres que sabem se distinguir pela sua elegância, por ser femininas.

Somos diferentes do homem. A mulher deve conhecer a diferença natural de percepção do homem, distinta da percepção da mulher. Deve conhecer muito bem a diferença entre ser usada (mulher-objeto: “boazuda”) e ser amada (“você é linda”). A mulher tem a habilidade, arte e condições para usar a moda como meio de limpeza na sociedade. Você topa?

A intimidade corporal na moda atual está desprotegida: deixa ver o corpo demais. Um vestido que ressalta o sexo contribui para cobrir o valor da pessoa e destacá-la como objeto de prazer. O desafio é ir contracorrente, para isso temos que cuidar o pudor. O que é o pudor? O pudor é a inclinação natural para cobrir o corpo, para protegê-lo dos olhares morbosos, e nos faz mais dignas, mais donas de nós mesmas. A falta de pudor consiste em usar roupa muito apertada, a saia curta, decotes que deixam ver mais da conta, mostrar nosso umbigo; às vezes, o olhar se dirige à cintura – ao umbigo – em vez de ir aos olhos, e isso não nos faz felizes.

O ser humano não é um meio para conseguir alguma coisa, mas um fim em si mesmo, por isso merece respeito. A mulher deseja amar e ser amada. Cada vez que uma mulher se veste provocativamente, muda o mundo para sempre (para mal).

A mulher com pudor chegará a ser dona de si. O pudor é a inclinação a manter oculto o que não deve ser mostrado, a calar o que não deve ser dito, a reservar, para o verdadeiro dono, aquele a quem ama, o dom de si. Uma nudez é impudica quando não é de ninguém e, ao mesmo tempo, é de todos: disponível para quem a quiser. A roupa transparente, que deixa ver a roupa interior, não é elegante e pode fomentar a luxúria no homem. Quem não sente necessidade de ser pudoroso, carece de intimidade e vive na frivolidade. Atualmente, os desejos de superação são substituídos por desejos de possuir coisas.

Você vale muito! Muito mais do que imagina, mesmo que tenha caído, mesmo que tenha defeitos. Vale muito! Procure que a tratem como o que você é: uma grande mulher.


Miss “Mulher Virtuosa”

Por: Nancy Escalante

“Seus filhos se levantam para proclamá-la bem-aventurada e seu marido para elogiá-la.
Muitas mulheres demonstram vigor, mas tu excedes a todas.
A graça é falaz e a beleza é vã;
a mulher que teme ao Senhor é a que se deve louvar”(Prov. 31: 28 - 30).

Atualmente, fala-se muito da realização da mulher, mas, infelizmente, o que se propõe como “realização da mulher” são aspectos banais e efêmeros que estão muito longe da verdadeira e plena realização de uma mulher. Muitas mulheres, ao procurar uma plenitude e uma realização humana, caem vítimas das mentiras do marketing e da crise social de valores, sem saber que a resposta à sua procura encontra-se na mensagem cristã. Intrinsecamente, a mulher possui uma riqueza espiritual que traz consigo o chamado à educação moral e humana, assim como a formação de seu lar, onde a base deve ser a virtude humana.

"Além disso, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos” (Flp 4, 8).

Baseando-nos no Evangelho, podemos observar como Cristo reconhecia todo o valor da mulher e desta mesma maneira podemos reconhecer as características de uma mulher que cultiva a virtude em sua vida.

Uma mulher virtuosa é:

Aquela que trabalha e não se deixa levar pela preguiça, trabalha na casa, põe fermento na massa e prepara o pão para a família (cf. Lc 13, 20-21).

Possui um espírito de sacrifício e serviço, portanto se caracteriza por ser serviçal e generosa: Marta e as boas mulheres, que lhe seguiam, servem a Jesus com delicadeza e amor, colocando seus bens a serviço de Cristo (cf. Lc 10, 38-42; Lc 8, 1-3). É cuidadosa, atenta e solícita, possui uma delicadeza feminina. Derrama o melhor perfume nos pés de Cristo (cf. Jo 12, 1-8).

É humilde (cf. Mc 12, 41-44; Lc 21, 1-4). Em muitas ocasiões, as mulheres fazem uma série de coisas no lar e parece que ninguém nota, mas elas o fazem por amor, com humildade, e sabem que Deus a recompensará.
Fiel nos momentos difíceis: as mulheres no Calvário, quando Jesus morria (cf. Jo 19, 25). Quando uma mulher ama de verdade, ama até o sacrifício.

A mulher virtuosa possui um domínio sobre si mesma, o que lhe dá a possibilidade de fazer uma livre escolha pelo valor moral como fundamento de seu agir, orientando-se a uma procura do bem e estruturando e fortalecendo sua identidade.

De tal maneira que a mulher está chamada a viver a virtude em seu trabalho maternal, conjugal, social, educativo e profissional, definindo assim sua identidade e sua missão no mundo.


A dignidade e a valorização da mulher

Por: Maria da Ascenção Ferreira Apolônia *

A estabilidade no casamento, conquista que remonta às idéias cristãs da Idade Média, permitiu que pela primeira vez na história a mulher fosse vista legalmente não mais como inferior ao marido, mas como um membro essencial para a família. A instauração do casamento monogâmico trouxe benefício não só para a mulher, mas para os filhos que ganharam a proteção de um lar estável.

Em janeiro de 2003 entrou em vigor no Brasil o novo código de Direito Civil, que busca fortalecer a participação da família: pai e mãe na responsabilidade conjunta de educar os filhos, quando a unidade garantida pelo casamento se desfez. Neste momento, em que a sociedade brasileira é convidada a refletir sobre os avanços ou retrocessos do novo código, é conveniente conhecer o longo percurso histórico trilhado por sucessivas gerações no contínuo esforço por garantir à família a estabilidade inerente à união monogâmica. Esse cume de justiça – em que mulher e filhos são considerados pessoas e, portanto, merecedores de condições que lhes assegurem as várias faces do desenvolvimento humano – foi arduamente conquistado, ao longo dos séculos, graças à progressiva implantação do casamento monogâmico, que teve ainda o mérito de instaurar a efetiva e crescente dignificação da mulher, introduzida na Idade Média.

Mais do que nunca é oportuno lembrar à sociedade brasileira que esse legado em favor dos mais frágeis: a mulher e os filhos, teve como preço o sangue e as lágrimas das gerações que nos precederam. As conquistas do presente só podem ser avaliadas como vitórias, se não dispensarmos o discernimento que a dimensão histórica é capaz de nos oferecer. Só então estaremos aptos a identificar o que é avanço ou retrocesso, podendo, de peito aberto, festejar e saborear como vitória o que representou um autêntico benefício à sociedade. Do contrário, corremos o risco de levar gato por lebre, e comemorar ingenuamente, como êxito, a nossa própria derrota. Para alcançarmos esse sentido de justiça, é necessário surpreender, com o próprio olhar, a lenta gestação da dignidade da mulher e da família no decurso do processo histórico.

Os primeiros passos da humanidade rumo a dignificação da mulher foram registrados, com maior nitidez, a partir do século IX, em grande parte, à medida que a sociedade medieval adotava a prática do casamento monogâmico, que conferiu à mulher um novo estatuto no plano das relações sociais: ela passou a ser o módulo essencial para a constituição da família 1, garantindo-lhe unidade e solidez. Jorge Borges Macedo, em artigo publicado pela revista Oceanos, estuda as causas da participação política e do crescente prestígio social que a mulher conquistou no decorrer da Idade Média. Ele aponta o casamento monogâmico como um dos fatores decisivos para a progressiva intervenção feminina na Corte e nos domínios senhoriais, a partir do século XII, em Portugal. Nas palavras do autor: “Para o mundo medieval, os casamentos reais e senhoriais são atos políticos providos de eficácia pública. Nesse aspecto, a mulher tornou-se, assim, a garantia de funcionamento dos sistema político ou social, assim como a condição básica da sua estabilidade” 2.

Para melhor avaliarmos o salto de qualidade que representou a participação feminina no campo político, diligentemente preservado como o espaço por excelência do homem, basta ter em conta a condição da mulher nos séculos em que vigorou o Império Romano. Mediante o patris potestas, cabia ao pai decidir sobre a vida dos filhos que gostaria de alimentar. Tal como ocorre atualmente na China, os meninos eram preferidos em detrimento das meninas, que só gozavam de maior apreço na condição de primeira filha.

De acordo com Régine Pernoud, entre os celtas, germânicos e nórdicos vigorava uma maior igualdade entre homem e mulher no interior da família: “O regime familiar inclinava [os cônjuges] a reconhecer o caráter indissolúvel da união entre o homem e a mulher, e, no caso dos francos, por exemplo, constata-se que o wehrgeld, o preço do sangue, é o mesmo para a mulher e para o homem, o que implica um certo sentido de igualdade” 3. Acrescenta que a concepção cristã do casamento, implantada ao longo da Idade Média, em virtude da conversão das tribos bárbaras, propiciou e fortaleceu a igualdade e a reciprocidade entre os esposos. Instaurava-se, por assim dizer, uma simetria no relacionamento entre homem e mulher: “A mulher não pode dispor de seu corpo: ele pertence ao seu marido. E da mesma forma, o marido não pode dispor de seu corpo: ele pertence à sua esposa” (1 Cor 7, 4) 4. Esta concepção radical e renovadora da relação: homem mulher, em confronto com a cultura antiga e pagã de cunho machista, implicou a introdução de uma nova mentalidade e de um novo olhar relativamente à imagem e identidade femininas. E ela só se instaurou pouco a pouco, com forte e inevitável dificuldade, nas regiões que sofreram o domínio romano. Nas palavras do jurista Robert Villers: “Em Roma, a mulher, sem exagero ou paradoxo, não era sujeito de direito... Sua condição pessoal, as relações da mulher com seus pais ou com seu marido são da competência da domus da qual o pai, o sogro ou o marido são os chefes todo-poderosos... A mulher é unicamente um objeto” 5. Para o Direito Romano, a mulher era uma perpétua menor, que passava da tutela do pai à do marido. Régine Pernoud atribui ainda à reimplantação do Direito Romano, em vários países da Europa, no século XVI, a responsabilidade pelo retrocesso da atuação feminina no âmbito familiar, social e político. A mulher que vinha conquistando espaço, do século X ao XIII, no âmbito familiar, na sociedade e na arte, sofre um eclipse no período subseqüente, resgatando o prestígio que conquistara na sociedade medieval somente no século XX 6.

Os benefícios do casamento monogâmico não se restringiram à possibilidade de o espaço social e político contar com a intervenção feminina. A mudança mais significativa relativamente à dignidade da mulher deu-se no plano da relação: feminino masculino. Em que condições de segurança viviam as mulheres nas tribos bárbaras, ainda não cristianizadas? Relata Georges Duby que nos primeiros séculos da Idade Média e, em algumas regiões, mesmo nos séculos XI e XII, as mulheres estavam expostas a contínuos riscos quanto à integridade física e emocional 7.

Tal como retratam alguns filmes atuais: Coração Valente ou Joana d’Arc, as donzelas eram freqüentemente violentadas. Duby menciona o fato de que bandos de jovens rebeldes eram estimulados a se “divertir” longe das fronteiras da região natal. Por isso invadiam condados vizinhos com o intuito de violentar coletivamente suas mulheres e donzelas. Foram necessários séculos para evoluir da barbárie à civilização no que concerne à relação entre homem e mulher.

Porém, o avanço representado pela união monogâmica, como lembra o historiador português Jorge Macedo, atingiria níveis muito mais altos no relacionamento entre homem e mulher. O casamento no mundo ocidental e cristão pressupunha uma troca de informações sobre o outro, base da relação de pessoa a pessoa, que se instaurava no âmbito familiar, à medida que a mulher deixava de ser um mero objeto de fecundação substituível e descartável, para ser uma presença permanente, capaz de contribuir para a unidade e humanização da família. E a arte passaria, ao longo da Idade Média, a exercer um papel social de relevo, ao propiciar o conhecimento da alteridade, na revelação desse mundo interior do outro, cuja contemplação está, muitas vezes, velada nas relações quotidianas, mas que a poesia, o romance, a pintura ou a crônica põem diante dos olhos do leitor, instigando-o a levar em conta as nuanças de sensibilidade, de comportamento ou de valores inerentes ao outro.

Como conseqüência da relação pessoal, necessária à prática do casamento monogâmico, fez-se mais claro tanto no quotidiano do ambiente familiar, quanto no universo político e social, que a relação de pessoa a pessoa não podia ser somente um ato voluntário ou de razão 8, mas impregnado de afetividade. Ora, as decisões que se enriqueciam com o ingrediente afetivo, ganhavam em qualidade na constante renovação da responsabilidade que igualmente implicavam. Afirma Borges que o estudo e a análise das relações de afeto no casamento monogâmico, tornou-se “(...) uma característica essencial de todas as sociedades européias: o universo afetivo de escolha e a consciência íntima que a ela preside tornaram-se, em pouco tempo, essenciais ao quotidiano, assim como o cerne da focagem literária e artística do ideal da convivência e um campo necessário de expressão moral e antropológica” 9.

Em síntese, no casamento monogâmico está pressuposto um conceito muito alto do ser humano, que não merece menos do que a fidelidade recíproca entre homem e mulher. O mesmo se dá em relação aos filhos, que não merecem menos do que a presença acolhedora, afetiva e exigente dos pais, cujos esforços convergem para a humanização da família e, de modo especial, dos filhos. Nada substitui o cume em humanidade representado pela união monogâmica, incluído o novo código civil, no esforço por minimizar a perda imposta às vítimas de um casamento que se desfez ou que não houve. Mas, nesse momento, em pleno século XXI, impõe-se a pergunta: não seria um retrocesso apontar os benefícios do casamento monogâmico, quando a mídia e alguns segmentos da sociedade aplaudem o namoro e o casamento descartáveis? Não. Em hipótese alguma. O casamento ou o namoro à dinamarquesa, inerentes à barbárie, é que constituem um retrocesso relativamente à união monogâmica, e só se instauram – tal como assinala o percurso histórico –, mediante o rebaixamento do cônjuge à condição de ser descartável, diminuído por um amor (seria amor?) tão desumano quanto a maionese ou a margarina: com prazo de validade vencido. Em suma, a poligamia, oficiosa ou garantida por lei, reduz homem e mulher à categoria de ingênua marionete no jogo machista ou feminista do prazer a qualquer preço. E, neste caso, o preço é alto, muito alto: a angústia de se sentir usado, a dor e o sabor amargos de quem negou a si mesmo o direito de amar e ser amado como pessoa, e consentiu em desprezar-se, vivendo dos despojos de sua própria humanidade.


Outro tipo de esposa

Por: Rosario Alfaro Martínez

O matrimônio não é uma forma de escravidão moderna para a mulher, mas um tipo de relacionamento interpessoal que permite a realização pessoal feminina. Por este motivo, é preciso ser um novo tipo de esposa.

Geralmente, quando pensamos na palavra esposas*, o primeiro que nos vem à mente é esse objeto de metal que usam os policiais, formado por duas argolas e que serve para imobilizar e sujeitar as mãos dos presos (*Nota do tradutor: o termo “esposas”, em espanhol, também significa “algemas”).

Infelizmente, alguns e também algumas pensam que ser esposo ou esposa de alguém tem o mesmo significado e que se trata de atar uma pessoa a outra, para imobilizá-la totalmente e privá-la de sua liberdade, fazendo que a outra pessoa seja o que você acha que tem de ser e não quem realmente ela é. Com este tipo de visão, uma mulher termina paralisada e se transforma em uma sombra.

Durante muitos anos, se pensou que a mulher deve estar “atada” a seu marido; algumas vezes, inclusive pior do que um prisioneiro; em algumas culturas foi vista como se fosse uma escrava, sem a capacidade de tomar nenhuma decisão importante.

Quando os católicos falam de matrimônio e, inclusive, afirmam que é um sacramento (isto é, consideram que a aliança entre homem e mulher é um sinal da Aliança de Cristo com a sua Igreja), e que portanto ajuda no caminho da santidade, razão pela qual está chamado a construir a unidade e a indissolubilidade e a dar um testemunho de amor ao mundo. Porém, não concordamos que seja um sinal de dependência doentia ou de escravidão moderna. O problema é que, por não entender adequadamente estas características (unidade, indissolubilidade e amor), muitos opinam que o matrimônio é uma espécie de contrato de compra e venda recíproca, no qual um fica atado ao outro, com se cada um perdesse sua própria personalidade.

O desafio para as mulheres (e também para os homens, mas – como aqui nos referimos mais à mulher – falaremos mais dela) é ser um novo modelo de esposa e, para isso, é preciso ir às origens, ir à essência do que se esperava que fosse uma esposa.

Na Bíblia, encontra-se um tratamento de igualdade entre os esposos. São Paulo, falando de matrimônio, diz:

"Sujeitai-vos uns aos outros no temor a Cristo. As mulheres sejam submissas a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o chefe da mulher, como Cristo é o chefe da Igreja, seu corpo, da qual ele é o Salvador. Ora, assim como a Igreja é submissa a Cristo, assim também o sejam em tudo as mulheres a seus maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a palavra, para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e irrepreensível” (Efésios 5, 21-27).

Este texto tem despertado muitos problemas ao longo da história, porque não se entende a palavra submissão, pensando que significa ser inferior ou de segunda, ou que alguém se deixe manejar por outro... É verdade que a palavra “submissão” significa isso, mas na Bíblia “submissão” vem da palavra grega HUPOTASSO, que significa literalmente deixar-se cuidar, deixar-se conduzir ou deixar que a submetam, ou seja, é uma atitude voluntária de ceder, cooperar e permitir que outros nos guiem, aconselhem ou nos cuidem, é como quando alguém pega na nossa mão para que nosso pé não tropece, este é o significado bíblico. Portanto, não tem nada a ver com controle ou com poderes hierárquicos, quando você pega na mão de outra pessoa é porque ela está ao seu lado. Trata-se simplesmente de uma atitude de abertura aos demais.

Na Bíblia, o que Deus pede é que uma mulher se deixe cuidar por seu marido. Algumas vezes, as mulheres se queixam de que os homens já não são cavalheiros, não nos deixam passar antes, não nos abrem a porta, não pensam em nossas necessidades. O que a Bíblia diz é justamente isso: DEIXA QUE TE CUIDEM! Porque, embora todas as mulheres desejem receber atenção, na verdade, nos custa muito trabalho deixar que isso aconteça e, às vezes, as responsáveis de que os homens já não sejam cavalheiros é nossa.

Outra conotação que tem este texto é saber pedir ajuda. Muitas mulheres querem que adivinhem seu pensamento e acham que, se alguém as ama, deveria saber o que elas estão precisando e desejam, portanto, acham que se o marido não pode adivinhar é porque não tem amor suficiente.

Ser outro tipo de esposa significa que você, livremente, decide deixar que também a cuidem, decide ser dócil e aprender a pedir ajuda ou aprender a pedir o que necessita, sem esperar que adivinhem. Isto não é ser fraca, nem implica perder personalidade, é simplesmente saber que as decisões que venham a ser tomadas não são somente suas, mas do casal, ou seja, que são de ajuda mútua, como nas palavras da Bíblia: “Sujeitai-vos uns aos outros no temor a Cristo” (Efésios 5, 21). Em síntese, o casamento não é a vida paralela de duas pessoas juntas, mas de duas pessoas que se apóiam e se protegem reciprocamente, porque são suficientemente maduras para pedir ajuda e se deixar ajudar.

Isto não quer dizer “pôr toda sua vida nas mãos de seu marido”, claro que NÃO! Seria entender o amor conjugal como as algemas que usam os policiais e estar unido a alguém por medo, por compromisso somente, porque não encontramos a chave para nos separar. Ser um novo tipo de esposa significa se deixar amar, sem que o amor se torne uma prisão. É amar na liberdade de ser filhos de Deus, sem desejar que o outro se torne a fonte de minha felicidade, nem que seja tudo para mim, e também sem cair na tentação de fazer com que o outro dependa de mim em todos os sentidos. É acompanhar alguém pelo amor que temos, respeitando sua dignidade de pessoa, suas idéias e ideais, seus sonhos e desejos, não querendo que o outro seja do meu jeito, mas permitindo que Deus vá trabalhando com ele em seu ritmo.

O desafio da mulher atual é ser um novo tipo de esposa, isto é:

Ser submissa, sem que isso signifique ser dependente.

Pedir ajuda, sem esperar que adivinhem o que ela está precisando.

Ser uma ajuda adequada, sem fazer tudo pelo outro.

Ser uma só carne, sem perder a essência pessoal.

Poder reconhecer suas necessidades afetivas, sem ser abnegada e mártir.

E, sobretudo, aprender que o matrimônio é uma interdependência e não procurar mudar o seu marido, nem que ele mude você.

Visto assim, entende-se porque o livro dos Provérbios diz, falando da esposa: “Confia nela o coração de seu marido, e jamais lhe faltará coisa alguma. Ela lhe proporciona o bem, nunca o mal, em todos os dias de sua vida” (Prov. 31, 11-12). Porque ser esposa não é ser um lastro, e também não significa ser mártir abnegada, nem manter alguém atado para que lhe dê identidade. Ao contrário, ser esposa é produzir o bem e não o mal, e fazer que o melhor momento do dia, para o esposo, seja a hora de voltar para casa!


Sou totalmente de Cristo

Por: Nancy Escalante

A mulher deve ser forte ou carinhosa? Ou pode ser ambas as coisas ao mesmo tempo?

Veste-se de força e dignidade e não está preocupada com o amanhã.

Além disso, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos” (Flp 4,8)

A mulher possui uma dignidade, assim como sua vocação Cristã, que consiste em enriquecer a vida humana através de sua sensibilidade, de compreensão, de sua capacidade de acolher e de promover o bem, por isso é indispensável que a mulher seja firme em sua identidade e na missão que lhe foi encomendada por Cristo.

Neste sentido, a mulher precisa de uma estrutura sólida interna para transcender e, assim, enfrentar a luta cotidiana através de virtudes como prudência, paciência, mas – sobretudo – fortaleza, já que é imprescindível para viver uma verdadeira entrega, enfrentar as dificuldades e assim viver a fé e a fidelidade.

Neste sentido, vale mencionar que a feminilidade e a fortaleza não se contrapõem, uma vez que a fortaleza é a virtude moral que garante a firmeza nas dificuldades e a constância na busca do bem, assim como reafirma a resistência às tentações e solidez para superar os obstáculos da vida. A virtude da fortaleza treina a mulher para vencer o medo e enfrentar as provações, revestindo-a de fé. Esta é a razão pela qual a mulher que vive em Cristo, e é totalmente de cristo, pode transcender sentimentos de tristeza e que sabe que, com fé, tudo pode ser superado.

Portanto, podemos dizer que uma mulher forte é aquela que vive tudo por amor, é quem se ajoelha humildemente para rezar e assim revestir-se da força do Criador, o que -–por sua vez – lhe dá a graça e a serenidade. Demonstra sua valentia, apesar do medo ou dificuldade nas circunstâncias, aceita seus erros e está disposta a mudar, aprendendo com as falhas e levantando-se cada vez que chegar a cair.

Neste sentido, uma mulher que possui a fortaleza é testemunho de amor e de virtude, transformando-se assim em uma coluna para seu marido e seus filhos, assim como um farol de luz que ilumina o caminho de sua família para a perfeição.

Baseados no que aqui foi mencionado, podemos dizer que, para ser uma mulher que possui a fortaleza, é preciso muita Fé e um verdadeiro AMOR e ENTREGA a Cristo.


Feminismo radical

Por: Colleen Carrol Campbell

O New York Times publicou recentemente uma reportagem, de primeira página, sobre o aumento de mulheres da Ivy League* que voluntariamente sacrificam sua carreira a favor de sua futura família. O estudo estava baseado parcialmente em um pesquisa feita a 138 alunas da Yale, e nos contava como mais da metade das entrevistadas planejavam reduzir a jornada de trabalho fora de casa ou abandonar totalmente o trabalho, se tivessem filhos. O artigo também citava estudos recentes da Yale, mostrando que quase a metade das mulheres graduadas, com menos de 40 anos, não trabalhavam em tempo integral. As reações ao artigo foram intensas. Especialistas e bloggers feministas se lançaram em bloco contra a reportagem, duvidaram da metodologia e zombaram da “regressão” dessas mulheres “inconscientes” e “pedantes”da Yale.

Karen Stabiner escreveu no Los Angeles Times: “Essas futuras mães deixavam transparecer uma surpreendente combinação de candidez naif e de privilégio. Para tramar essa classe de futuro, uma mulher precisa dispor de um fundo de potenciais maridos ricos, devem permanecer casadas em uma época em que a metade dos casamentos terminam em divórcio, e devem ignorar a história do movimento feminista”. A maioria das mulheres não tem a oportunidade de se formar na Ivy League, e muitas que trabalham fora de casa o fazem por uma pressão financeira que essas doutoras da Yale não teriam que enfrentar. Se o feminismo está a favor, sinceramente, da livre escolha, por que as mulheres que têm a oportunidade de dedicar mais tempo à maternidade são condenadas por fazer esta opção? Por que deveriam sacrificar o direito a educar seus filhos como consideram adequado, simplesmente porque seu estilo de vida não encaixa nos ideais do "movimento feminista"? Que tipo de movimento feminista é este que promove a idéia retrógrada de que as mulheres que decidem ser mães de tempo integral são culpadas de ingratidão por sua educação de primeira classe ou, ainda mais, que são indignas dela. Esta idéia repugnava às primeiras feministas. Mary Wollstonecraft, considerada unanimemente a “mãe do feminismo”, criticou isso em seu tratado de 1792, intitulado “Uma reivindicação dos direitos da mulher”. Imersa em uma sociedade que considerava irrelevante o papel da mulher na alta educação porque seu papel era ser mãe, Wollstonecraft discutiu que a educação da mulher era o mais importante, porque as mães desempenham a tarefa vital de formar a seguinte geração.

Escreveu: "Tanto como na educação das crianças, isto é, assentar firmemente um corpo são e uma mente sã na geração nascente, é justo insistir sobre o peculiar destino da mulher, a ignorância que a incapacita deve ser colocada como algo totalmente contra-natureza. E afirmarei que suas mentes podem abarcar muito mais e devem fazê-lo, ou nunca serão mães sensatas".

As atuais feministas parecem ter esquecido as observações de Wollstonecraft sobre o valor intrínseco da educação. O ressentimento que nutrem contra essas mulheres, que receberam uma alta educação e decidem permanecer em casa como mães, manifesta uma deficiente compreensão do que é tanto a educação como a maternidade. J.H. Newman descreveu em “Idéia de uma Universidade”, o conhecimento como “seu próprio fim”. Uma educação que ofereça conhecimento e a habilidade de pensar criticamente tem valor, independentemente do caminho escolhido depois da formatura. As doutoras que decidem compartilhar os frutos de sua educação primeiramente com seus filhos realizam uma contribuição significativa à sociedade. Formam cidadãos e orientam o desenvolvimento moral e intelectual da seguinte geração. Por isso, mais que ser fustigadas, estas mulheres deveriam ser parabenizadas por ponderar realisticamente as exigências de sua carreira e a maternidade, além de conseguir um equilíbrio que será conveniente para suas famílias no futuro. O movimento feminista que as condena não é digno desse nome.

*[Nota do Tradutor]: A Ivy League é uma associação de oito universidades do Nordeste dos Estados Unidos. O termo tem conotações acadêmicas de excelência, como também certa quantidade de elitismo. Estas universidades são também denominadas “as oito antigas”.


Libertação feminina ou o livre e feminino da mulher

Por: Maruca Serrano de Ortega

Como mulher, não deixo de me surpreender com tudo o que tem sido escrito sobre o tema da mulher, e o que chama mais atenção é que os homens também têm escrito sobre este tema que está longe de chegar a seu termo. Hoje em dia, seguimos escrevendo sobre a mulher e o mundo inteiro se reúne para falar sobre este tema. Por que será?

Porque é inegável que, enquanto uns podiam escrever versos, outros podiam fazer-lhe esculturas; enquanto uns a elevavam ao nível de uma rainha, outros a relegavam à escravidão. Atualmente ninguém, realmente ninguém, poderá negar a terrível discriminação que a mulher tem sofrido. Bastaria revisar algumas frases históricas:

Eurípides, no século V a. C., afirmou: “Um só homem tem mais valor de que 10.000 mulheres”

O célebre Ovídio, falecido no século XVII d.C., declarou: “Somente um homem demasiadamente tolo se sente mal com sua esposa quando comete adultério”, e acrescenta, “Este homem ainda não entendeu o que significam os bons costumes”.

Também na época moderna, na Europa, encontramos Lucero, que diz: “As garotas aprendem a falar e a andar antes dos garotos porque a erva má cresce sempre mais rápido do que a boa”.
Rousseau e Kant, consideravam a mulher imatura, carente de iniciativa, “a mulher, em geral, não ama as artes, não entende nenhuma delas e carece, em absoluto, de talento”.

Schopenhauer é considerado inimigo declarado da mulher. “Todas as mulheres estão inclinadas ao desperdício, portanto devem estar submetidas à tutela de um homem, mesmo quando este homem for seu próprio filho.

O próprio Nietzsche afirmou que “a mulher, em comparação com os homens, é pior”.

Assim, sobram razões para entender e apoiar os movimentos e organismos de defesa dos direitos da mulher, os quais conseguiram muitas vitórias. Não obstante, de uma reivindicação mais que justa, eles passaram de novo a um ponto também injusto que é o feminismo extremista.

Por isso, basta observar a luta absurda por uma igualdade impossível, de uma libertação distante, muito distante de uma autêntica liberdade, de um feminismo afastado daquilo que é verdadeiramente feminino. Dos justos reivindicatórios Direitos Humanos, aos injustos igualitarismos entre os sexos. Libertação diante da liberdade.

Se quiséssemos definir a melhor forma de ser Pessoa, diríamos que Pessoa é o Ser, que é tão intensamente ser, que pode dominar seu próprio ser.

Ser livre é escolher, sim, escolher no sentido de poder decidir bem ou mal, coisa que nenhum animal instintivo pode fazer. Ser livre é poder optar por dominar-se e, portanto, poder rejeitar ser dominado por qualquer coisa como vícios, drogas, paixões, etc.

Libertar é deixar sair, assim, sem medida, é soltar. Um líquido engarrafado pode sair retirando-se a rolha e assim pode-se fazer com ele o que quiser, para o bem ou para o mal, com rumo ou sem, para benefício ou para prejuízo.

Se um líquido com gás for agitado e depois destapado descontroladamente, fatalmente vai ser desperdiçado.

Mas a liberdade... a liberdade é algo mais, muito mais nobre, mais louvável, em última instância, exclusivamente humano.

Pode-se usar “libertação” para um animal em cativeiro, mas “liberdade” só pode ser para a pessoa

A libertação pode ser entendida como um terremoto que provoca um desastre. A liberdade se entende como poder dizer “sim” ou poder dizer “não”, com plena consciência.

Dizemos “sim” aos movimentos que procuram a liberdade para a mulher, os que procuram sua reivindicação, sua igualdade nos direitos fundamentais.

Dizemos “não” aos que atacam sua autêntica liberdade e a animalizam, fazendo a mulher acreditar que é incapaz de dominar-se, de escolher o caminho da dignidade, do valor. Liberdade em seu duplo sentido: livre de escolher e livre de aceitar. Livre de aceitar como adulto, não como adolescente.

Não podemos escolher muitas coisas na vida: não escolhemos nossos pais, nem nossos irmãos, nem a época ou tempo de nosso nascimento, tampouco o sexo, nem muitas coisas mais.

Autonomia sim, capacidade de dar a si mesmo suas próprias leis, e estas leis devem velar pelo bem da pessoa e da sociedade.

O que aconteceria no mundo se cada um de seus habitantes procurasse tão somente sua própria autonomia? Não poderíamos chamar isto de egoísmo radical? Até onde nos levaria? Levaria à perda da paz, isto é, à violência, à guerra.


Feminino sim, esse modo de ser, de estar e de sentir como mulher, próprio e exclusivo da mulher. Feminista, entendida com o rompimento das leis da natureza, como a fratura desmedida da mesma lei que nos deu os direitos fundamentais, NÃO! Não podemos aceitá-la.

Se feminista significa triunfar em um trabalho profissional, estaria bem, muito bem, mas sabendo que não SOMENTE em um trabalho profissional se pode triunfar como mulher.

Um feminismo que não se limite a um mero meio, como é a libertação.

Perguntaríamos então: para que me libertar? Para fazer o que bem quiser? O que desejar?

Sim, isto resulta muito atraente, muito apaixonante, mas o que aconteceria se todo mundo agisse assim? Quem estudaria com persistência? Quem educaria as crianças? Quem perseveraria na formação de uma família? E, finalmente, quem poderia viver sem uma família?

E se fosse válido somente o que se tem vontade de fazer neste mundo, quem trabalharia? Quem lutaria por um mundo melhor?

A liberdade somente pode ser para fazer-nos melhores, para realizar-nos e, em última instância, para viver em paz.

E deveria ser uma autêntica liberdade feminina, com um carisma próprio, com um ângulo exclusivo, próprio da mulher, só a mulher pode ser mãe e só o homem pode ser pai. Só a mulher pode dar à luz e somente ela, como mulher, pode amar.

Assim como só o homem ama como homem, e só o homem engendrará como homem.

Libertação feminina ou o livre e feminino da mulher. Só você poderá escolher, hoje, se encontram de novo frente a frente. Atualmente, já somos nós, as mulheres, que falamos sobre os temas femininos, somos as que tomam a palavra, as que – em última instância – decidimos. Libertação desbordante, desigual e, às vezes, muitas vezes, extremista... ou liberdade, liberdade com um sentido, como um meio para uma verdadeira e racial realização.
Feminista em extremo, ou feminina e livre; feminista extremista, ou feminina e mulher. Livre para escolher, aceitar ou libertação frustrante, de rejeitar.
Em última instância:
Reivindicação de nossos legítimos e justos direitos ou IGUALITARISMO DEGRADANTE E IRRACIONAL.

MULHER LIVRE OU FEMINÓIDE ESCRAVA? VOCÊ É QUEM DECIDE!


Existe a “mulher-maravilha”?

Por: Elizabeth Simental

Quando me pediram que escrevesse um testemunho como mulher, católica, profissional e casada, não pude evitar de pensar que eu não era o melhor exemplo e que preferiria não ter de fazê-lo. Pensei que me custa muito poder equilibrar minha relação com Deus com meu desenvolvimento profissional, minha vida de casada e minhas responsabilidades no trabalho. Além disso, esta situação me causou muito mal-estar porque eu trabalho em uma Fundação que se dedica a ajudar as mulheres e, neste ambiente, fazemos a proposta de como ser uma mulher integral. Mas, continuei pensando e cheguei à conclusão de que, provavelmente, muitas das pessoas que vão ler este artigo se encontram em um situação semelhante, que se sentiriam compreendidas e que talvez o texto venha a ser útil. Realmente espero que assim seja.

Acho que para ninguém é novidade a chamada “libertação feminina”. Apesar de nossas convicções, não podemos evitar de estar imersas na cultura em que nascemos: somos “filhas de nosso século”. Esta famosa libertação nos trouxe muitos avanços que não vou mencionar porque não se trata do objetivo deste artigo, acho que todas estamos conscientes disto porque nascemos e crescemos com eles. Sei que este reconhecimento dos direitos da mulher não é uma realidade em todas as culturas, nem em todas as condições sociais, nem em todas as famílias, mas, desta vez, me dirigirei às mulheres que tiveram esta oportunidade.

Comentarei alguns aspectos pessoais: tenho 25 anos, quase 26, deixei de viver com minha família aos 18 para ir estudar a carreira que eu escolhi. A partir deste momento, morei em quatro cidades distintas, durante dois anos trabalhei para me sustentar e terminar meus estudos. Casei-me a um ano e meio, sim, aos 24 anos! Este foi o momento mais feliz de minha vida, o único que me assustava era a idéia de algum dia ter de deixar de trabalhar para cuidar de minha família. SIM, ESTOU A FAVOR DA FAMÍLIA, DOS VALORES, DOS FILHOS, mas, na vida prática, como deixar de ser produtiva? Era uma idéia que não podia separar de minha mente.

Acho que muitas mulheres podem me entender. Muitos fatores nos convidam a sair de nossa casa para nos dedicar ao trabalho: o desejo de nos desenvolver profissionalmente, a necessidade econômica, a concorrência com o homem, a pressão social para sermos produtivas e independentes, etc.

Depois de um ano e meio de casada não deixei de trabalhar, mas comecei a refletir nos últimos meses que, quanto mais me independentizo e mais produtiva sou, quanto mais delego as tarefas do lar, menos cozinho, costuro, arrumo a casa, etc., e sinto mais falta de ter a possibilidade real de me dedicar a estas tarefas.

Sei que posso parecer arcaica para estas épocas, mas permitam que me explique. Tento manter um equilíbrio perfeito e leio sobre o ideal de mulher integral que devemos alcançar, mas – para ser sincera – estou muito longe de chegar a este ponto. Apesar de meu ativismo habitual, cada dia valorizo mais uma mulher repleta de estabilidade emocional, uma casa bem lavada, uns filhos felizes que contam sempre com a mãe em tudo o que eles precisam, uma flor natural em um centro de mesa, uma mulher que se arruma para seguir agradando a seu esposo, uma comida gostosa, etc. De repente, tenho a intuição de que não chegarei a atingir este ponto se não fizer um ajustamento de prioridades.

Seria possível conseguir tudo e atingir o equilíbrio perfeito? Será que existe a “mulher-maravilha”? É provável que sim, de fato, conheço algumas, não muitas; mas, parte de meu verdadeiro crescimento pessoal e espiritual, tem sido me conhecer melhor e descobri que não reúno o perfil. Agora sei que, apesar de ter muitos ideais de fazer grandes mudanças na sociedade, a vocação que Deus escolheu para mim foi o matrimônio e que primeiro responderei a Ele se fiz meu esposo e meus filhos felizes e santos, antes de todas as coisas boas que realizei nesta vida. Também aprendi que a vontade de Deus não sempre consiste em fazer mais, o importante é fazer o que Ele nos peça, embora isto nos pareça menos do que sempre nos sentimos capazes. Agora sei que se quero dedicar-me verdadeiramente, fazer algo por Deus e por meus semelhantes, primeiro eu preciso estar bem, e isto significa: rezar, dormir suficientes horas, fazer exercício, cuidar de meu lar e sentir-me parte essencial dele. E isso que ainda não tenho filhos! Mas, sobretudo, sei que tenho de ser feliz para poder mostrar o rosto de Cristo e que, com agonias intermináveis não edifico a ninguém.

Se eu ainda gosto de trabalhar? Lógico, gosto muito e continuo convencida de que nunca poderei deixar de fazê-lo. Procurarei um jeito, mas não às custas do meu lar, da minha vocação. Há pouco tempo, pensei que se queria ser realmente livre, teria de encontrar um jeito de criar um projeto de vida no qual eu definisse as circunstâncias de meu trabalho, sem ter de sacrificar minha estabilidade e minha família. Decidi começar um mestrado que me permitisse trabalhar no campo da orientação psicopedagógica a crianças e pais de família, sem sair de meu lar.

Por último, devo dizer que todas estas reflexões estão abrindo meus olhos e levando-me a agir: estou adaptando meu horário, voltando a rezar, começando a fazer o jantar durante alguns dias, etc.

Estou convencida de que a sociedade precisa da mulher e de sua participação ativa, mas precisa dela assim, mulher, identificada com sua vocação, feliz, compartilhando com outros todo o amor que recebe cada dia. Estou convencida de que, para ser mulher, é preciso viver de dentro para fora. Assim que, na lista de prioridades, a primeira é alimentar uma relação de absoluta confiança em Deus, que não exista nenhuma dificuldade que rompa esse equilíbrio e essa harmonia; uma relação de escuta que permita a Deus guiar-me nas distintas circunstâncias de minha vida, sabendo que sigo Sua vontade, sem me sentir culpada por fazer ou não fazer, por conseguir ou não conseguir, mas aceitando com amor quem sou e quais são minhas circunstâncias de vida. Espero saber cultivar esta relação, neste momento estou voltando a começar!


Ser mãe

Por: Padre Nicolás Schwizer

• Transparente do Espírito Santo

A mulher vem associada com o Espírito Santo. E quando historicamente quis tomar morada no meio dos homens, o fez no coração de una mulher. Maria, desde a Anunciação, converte-ser não somente em mãe, senão também em morada e em santuário do Espírito. E desde esse momento, cada mulher e cada mãe será para sempre morada e imagem do Espírito Divino.

• Mãe e virgen

Quando o Padre explica a essência da mulher, o eterno nela, então utiliza distintas expressões. Uma delas diz que a mulher é mãe e virgem. Isso vale para toda mulher, independente de seu estado de vida. Também a mulher casada deve ser não somente mãe senão também virgem. Maternidade e virgindade condicionam-se para a fecundidade plena da alma feminina. Por isso, uma autêntica mulher e mãe deve cultivar ambos os princípios.

Maternidade é a DOAÇÃO de si mesma: o serviço, a preocupação pela vida, a entrega pessoal, abnegada e amorosa, o encontro pessoal.

Virgindade, por outro lado, é RESERVA de si mesma: a pureza, a delicadeza, a interioridade, a receptividade, ser filial e aberta à Deus.

O elemento que hoje em dia está perdendo-se é a virgindade, é dizer, a interioridade, a dependência e filiação a Deus, ao grande e nobre. Mas, a perca dessa riqueza virginal implica também a perca da doação maternal. Quem não é filha, não pode ser mãe. Maternidade e virgindade, ambos os mundos têm que complementar-se. O modelo, o encontramos na Mater: Encarna não só o espírito senão também a realidade de ser mãe e virgem.

Cada mãe, cada mulher que quer chegar a sua maturidade plena tem que aprender a cultivar e equilibrar estes dois fatores: maternidade e virgindade reserva de si mesma e doação generosa de si mesma, receptividade e obsequiosidade.

• Missão frente ao pai e a cultura

E qual é sua missão frente ao pai? Então, o Padre costumava citar umas palavras de São Bernardo: “O varão não é elevado nem redimido a não ser pela mulher”. E não o referia somente à Mater, senão também à “pequena Maria”, a mulher redimida.

Numa de suas conferencias em Milwaukee interpretou nesse contexto a origem da mulher: Como diz a Escritura, Quando Deus fez o varão, tomou terra. Por isso, é um homem terra. E depois lhe deu seu alento. Por isso, como aparece o varão? É uma união entre terra e espírito, entre o mais inferior e o mais alto, entre instinto e inteligência. E então formou a mulher, da costela do homem. E isso, o que significa? Ela é um ser intermediário, entre o mais inferior e o mais alto, entre instinto e inteligência, extraído do coração do homem. Qual é, por isso, a grandeza da mulher? Ela é o coração de toda a criação. E, que ensina isso ao homem? Que necessita um coração; que o centro do homem é o coração. E a grande missão da mulher e mãe é complementar o homem mediante seu coração. Mas também tem que ser o coração e a alma de toda a cultura.

E o eterno da mulher é então, simplesmente, seu coração, seu coração puro e entregado. Sua contribuição mais central tem que ser o coração, símbolo de seu amor, e o cultivo de seu coração. Todo seu trabalho dentro e fora do lar, deve ser dirigido pelo coração, pelo amor. Por isso, a obra-mestra de educação da mulher e da mãe é a educação do amor, a educação do coração.

Perguntas para a reflexão

1. Como mãe, como mulher, sinto-me transparente do Espírito Santo?
2. Que me diz a frase de São Bernardo?
3. De que maneira manifesto meu ser coração?


Climatério e menopausa

Por: Nancy Escalante

É freqüente ouvir falar sobre a menopausa e o climatério, sabemos que é um período de uma série de mudanças que, regularmente, está associado com o desaparecimento da menstruação e até mesmo algumas mulheres chegam a sentir que seus melhores anos estão passando, o que lhes provoca uma grande depressão. Por isso é importante conhecer o que é, em si, este período, assim como as causas e conseqüências físicas e emocionais desta etapa natural da vida da mulher. Para que esta mudança de fase na vida da mulher não se torne um processo doloroso e difícil, mas que seja vivido com alegria e força acumulada pela experiência da vida.

Antes de mais nada, é importante estabelecer a diferença entre climatério e menopausa porque não são a mesma coisa.

• MENOPAUSA: refere-se ao último período menstrual da mulher. Anos antes da menopausa, começa a diminuir a função ovárica e por isso surgem mudanças na freqüência, quantidade e duração, já que as menstruações podem ser mais escassas ou mais abundantes do que antes.

• IDADE DO APARECIMENTO DA MENOPAUSA: não existe uma idade exata, esta fase pode acontecer entre 35 e 55 anos. Quando acontece antes dos 40 anos, é considerada precoce e, depois dos 52 anos, já se considera tardia.

• CLIMATÉRIO: refere-se ao período prévio, durante e posterior à última menstruação, que é a MENOPAUSA. Neste período, existe uma diminuição da produção hormonal dos ovários. Surgem calores, secura vaginal, diminuição de cálcio nos ossos, mudanças emocionais como irritabilidade, angústia, depressão, insônia, fadiga, cansaço mental, perda de memória. É importante que a mulher entenda e aceite esta mudança em sua vida como parte de um processo e não a considere uma doença.

Durante o climatério, é recomendável que a mulher vá, pelo menos uma vez ao ano, ao ginecologista para fazer uma revisão, que normalmente consiste em:

• Avaliação hormonal

• Avaliação óssea

• Avaliação cardiovascular

• Avaliação bioquímica

• Avaliação oncológica (prevenção do câncer)

• Avaliação geral e nutricional.


“Todo o tempo fui compelida a realizar o aborto”

Por: Janaina da Silva César *

O texto que segue é o testemunho autêntico de Janaína, que, resistindo à pressão de médicos e conhecidos, decidiu levar até o fim a gestação de seu filho Thalles, que sofria de anencefalia. O relato foi reproduzido fielmente, corrigindo-se apenas eventuais erros de digitação, e foi extraído do site do Instituto Pró-vida de Anápolis.

Venho por meio deste relatar a minha experiência enquanto mãe de um filho anencéfalo. Sou estudante de Direito do 9º semestre, na Universidade Católica de Brasília. Há três anos, em virtude de um namoro, engravidei e, devido a circunstâncias afetivas, acabei por ficar sozinha. À época, tinha dezenove anos.

Tive que enfrentar todas as questões familiares, a vergonha, enfim, todo o constrangimento de uma gravidez no fim da adolescência. Felizmente, não obstante todo o sofrimento que experimentaram, meus pais, por serem católicos, me acolheram.

Passaram-se três meses e, por fim, o pai da criança resolveu acompanhar-me numa ecografia: era o dia em que conheceríamos o sexo do bebê. Naquela oportunidade, a médica ecografista foi bastante cuidadosa, mas não havia como omitir a anomalia de que sofria meu filho: era anencéfalo.

Obviamente, tal notícia assustou-me e eu, a principio, não fui capaz de absorver a realidade, até porque nunca tinha ouvido falar em algo semelhante. Já naquele momento a doutora levantou a possibilidade de um aborto, mesmo não se mostrando muito favorável à idéia.

No mesmo dia, à tarde, procuramos outro médico, em um hospital particular de Brasília, que por sua vez disse: “Menina, pra que você quer uma coisa que não presta? Se fosse minha paciente, eu te levaria agora para a curetagem”. Eu não sabia o que era curetagem; depois me explicaram tratar-se, naquele contexto, de um eufemismo para a palavra aborto.

Felizmente, pude contar com o acompanhamento de outra médica particular e, então, dei continuidade ao pré-natal.

Desde o primeiro dia, quando foi constatada a malformação, a ecografista e também a minha ginecologista-obstetra informaram-me sobre uma equipe médica especialista nestes casos, que atendia no HMIB - Hospital Materno-Infantil de Brasília. Na oportunidade, disseram-me que se tratava de uma equipe médica perita em casos de gestação de alto risco, seja para a mãe ou para o filho.

Alguns dos amigos da faculdade aos quais relatei a situação disseram-me que o Ministério Público concedia autorizações para mulheres que desejassem fazer o aborto, principalmente para aquelas que recorressem à referida equipe médica do HMIB. Por isso, a princípio, resisti a marcar uma consulta naquele hospital. Contudo, visando as melhores condições para mim e para o meu filho, busquei um encaminhamento no posto de saúde do Núcleo Bandeirante, tendo em vista que se tratava de um ponto de referência, e eu queria que o meu filho recebesse os cuidados necessários após o parto, caso viesse a sobreviver ao corte do cordão umbilical.

Realmente, eu já estava decidida a não abortar o meu filho. Tal possibilidade somente passava na minha mente por força das palavras, muitas delas duras, que ouvia dos médicos, mas tal possibilidade não emanava do meu interior. Queria conviver com o Thalles o tempo que fosse possível; já estava no sétimo mês da gestação e não fosse o fato de que ele era anencéfalo, tudo o mais corria na maior naturalidade. Sentia-me bem, não tive alterações fisiológicas, além daquelas naturais da gestação como, por exemplo, o aumento de nove quilos de peso.

Enfim, qual foi a minha surpresa ao constatar a realidade do atendimento naquela equipe de excelência: todo o tempo fui compelida a realizar o aborto. As consultas com a referida equipe eram marcadas uma vez por semana. Cerca de doze mulheres e seus eventuais acompanhantes ficavam numa ante-sala sem assentos suficientes, aguardando a consulta. Todas elas estavam grávidas de crianças com as mais diversas malformações – de algumas delas nunca tinha ouvido falar. Havia ali mulheres muito pobres, outras que já haviam tido filhos com aquelas deformidades anteriormente. Conversavam entre si, enquanto eu as observava. Percebi que eu era a única que tinha um filho anencéfalo.

Enquanto aguardávamos, pude presenciar um momento que me chocou deveras. É que elas estavam conversando a respeito de uma mãe que tinha passado por ali, algumas semanas antes e que naquele dia estava realizando a interrupção da gravidez. Pude presenciar aquela mãe sentada no corredor do hospital, chorando muito após o parto. Ela estava lá sozinha – porque não permitem acompanhantes no pós-parto de maiores – e sequer, conforme relatou, permitiram-lhe ver o seu filho direito, o que lhe causou muito sofrimento.

Chegou a minha vez e, como relatei, os médicos, na pessoa do médico-chefe, diziam-me que eu já deveria ter feito a chamada interrupção, que uma cesariana traria para mim riscos muito maiores que a interrupção, que eu não deveria mostrar o meu filho para ninguém após o parto e até mesmo que eu poderia ficar cheia de estrias. Tudo para que eu interrompesse a gravidez.

Realmente, se fosse necessário recorrer àquele hospital para dar continuidade à gestação, o meu sofrimento teria sido triplicado.

Enfim, graças a Deus, eu e o Thalles superamos todos os preconceitos e dificuldades. Amei-o com toda intensidade que consegui. Cantei, rezei, brinquei, ou seja, fiz tudo o que uma mãe faz com o seu filho no ventre.

Ele nasceu às 13:15 hs do dia 09.07.2002, foi registrado como cidadão brasileiro e faleceu às 11:25 hs do dia 10.07.2002. Tive a oportunidade de segurá-lo no colo e de me despedir dele. Hoje trago uma linda e real lembrança de uma gravidez que teve algumas dificuldades intrínsecas à situação, mas que me trouxe muitos benefícios enquanto pessoa humana e me deu uma grande alegria: a de ser mãe. Sou mãe do Thalles, vivo ou morto, bonito ou feio, presente ou ausente. Sou mãe dele porque ele efetivamente existiu e foi gerado em mim; o tempo que ele permaneceu com a minha família e toda a multidão que ia vê-lo na incubadora, foi um grande lucro.

Mais do que da liberação do aborto, as mães de filhos anencéfalos necessitam é de apoio e esclarecimento, valendo ressaltar as incoerências que têm sido divulgadas. A atitude do governo deve ser a da prevenção desta malformação, com a distribuição de ácido fólico, com o combate ao uso de drogas, etc. Enfim, não vai ser por esse caminho, aparentemente mais fácil, que as mães terão a sua dificuldade sanada, mas no acolhimento e na solidariedade.

* Estudante de Direito

Fonte: Instituto Pró-vida de Anápolis
Link: http://www.providaanapolis.org.br