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ORAÇÃO À SAGRADA FACE Ó meu Jesus, lançai sobre nós um olhar de misericórdia! Volvei Vossa face para cada um de nós, como fizestes à Verônica, não para que a vejamos com os olhos corporais, pois não o merecemos. Mas volvei-a para nosso coração, a fim de que, amparados sempre em Vós, possamos haurir nesta fonte inesgotável as forças necessárias para nos entregarmos ao combate que temos que sustentar. Amém. ORAÇÃO DA AMIZADE Senhor, quão poucos são os verdadeiros amigos, porque imperfeitos, limitados! Muitas vezes decepciono-me, esquecido de que sou eu quem erra quando espero deles uma perfeição, uma santidade e um perfeito amor o qual somente Vós possui e mesmo aqueles que Vos amam verdadeiramente, são falhos, porque humanos. Fazei-me, obstante as dificuldades, bondoso e verdadeiramente amigo para com todos, sem nada esperar, nem mesmo um só agradecimento. Sois, Senhor, o melhor e mais perfeito amigo entre todos os meus amigos. Vós que me amais com um amor perfeito, ensinai-me a amar com o Vosso coração, a olhar com Vossos olhos e a viver sempre como testemunha digna da profunda amizade e amor que sempre tivestes e tendes para comigo. Amém. Envie sugestões e duvidas para



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Solteiros e Adultos
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Enamorar-se.... e amar

Por: Ana Patricia Vera (psicoterapeuta)

O enamoramento… etapa de sonhos, sorrisos, ilusões e sensações agradáveis. Etapa necessária para começar uma relação a dois, mas o que é, na verdade, o enamoramento?

Acontece pela projeção de si mesmos, dada pelas duas pessoas envolvidas, tanto consciente como inconscientemente. É ver no outro o que eu gostaria de ter, ou não vejo em mim e o outro tem; assim como o que eu não gosto de mim e o outro tem.

Na verdade, no princípio do enamoramento, não posso ver no outro alguma coisa que eu mesmo não tenha, mas é a pura projeção de minha pessoa, da qual formo uma imagem psicoafetiva do outro. Esta imagem que eu formo do outro se focaliza somente na parte positiva, introduzindo um mecanismo de defesa chamado “negação”, que evita os aspectos que não me agradam de mim mesmo e, portanto, não vejo no outro, considerando-o como o alvo de minha felicidade, pelo que me dá, pelas sensações que produz em mim ao tê-lo perto, assim como ao receber detalhes de atenção e afeto.

Depois de um tempo, o enamoramento acaba e baixa o nível de sensações produzidas na pessoa por estar perto do outro ou, inclusive, simplesmente por pensar nele ou nela. Passa-se a ver o outro tal como é, com suas qualidades (antes, superdimensionadas) e seus defeitos (antes não vistos). Rompe-se esta imagem que tinha sido criada do outro e chega a dúvida: “Fiz uma boa escolha?”; ou chegam as mágoas porque “o outro me enganou”, ao mostrar algo que, na verdade, não era. Com certeza, esta primeira imagem era tão somente UMA imagem, a projeção positiva de mim mesmo, mas não era a outra pessoa.

A maturidade no amor se reconhece quando uma pessoa é capaz de se relacionar de maneira completa, aceitando os sentimentos positivos e negativos gerados pela pessoa real do outro, com sua personalidade específica, sendo maior a satisfação de se relacionar por este lado positivo que o outro tem e que agora eu também vejo. Implica, da mesma maneira, a aceitação de minhas próprias qualidades e defeitos que agora também o(a) meu(minha) parceiro(a) pode ver e, até mesmo, faz com que eu as veja com mais claridade, permanecendo a satisfação de se relacionar pelos aspectos positivos.

Laing menciona que é preciso ter um sentimento sólido da realidade de nossa identidade para poder estabelecer uma verdadeira relação com o outro e não se sentir ameaçado de ficar perdido. Se não houver essa base de maturidade na própria pessoa, a relação será superficial e será escolhido alguém que não exija tampouco um amor profundo, pulando muitas vezes de uma relação à outra, na procura constante desse momento que conhecemos como enamoramento.

O amor, ao contrário do enamoramento, que procura me fazer sentir bem, tem outro objetivo: conseguir que o outro seja como é e seja o melhor que possa ser; produzindo em mim um sentimento de plenitude ao ir crescendo com o outro, apesar das dificuldades que vamos encontrando.

Enamorar-se é lindo; mas amar e ser amado é ainda mais.


Uma decisão acertada

Por: José Eduardo Moura

Feliz é aquele que não condena a si mesmo no ato pelo qual se decide.

A cada etapa de nossa vida, vivemos momentos nos quais temos de assumir novas responsabilidades. As tomadas de decisões são resultados de aprendizado, vivência, amadurecimento, e normalmente, hesitamos quando estamos na iminência de uma grande deciSão.

Na tentativa de não sermos derrotados em um novo empreendimento, fazemos nossos cílculos, imaginamos e projetamos todos os resultados e conseqüências para um futuro, o qual mal sabemos se vamos viver. Algumas pessoas consideram que a atitude de decidir parece ser mais fácil para uns do que para outros; mas, na verdade, com o passar do tempo, enxergamos as coisas com maior clareza, pois nossas atitudes e nossa percepção a respeito do mundo se tornaram mais amadurecidas.

Agora, somos pessoas adultas, precisamos tomar as nossas próprias decisões. Mas onde poderemos buscar referências seguras a respeito das nossas intenções? Embora as decisões sejam uma atitude única e particular, sempre estaremos tomando como referência conceitos de outras pessoas, que já tenham experimentado aquilo que intencionamos viver.

Tomemos como exemplo as atitudes de um empresírio. Antes de assumir o próximo passo em seu empreendimento, certamente ele irá consultar as estatísticas, seus conselheiros e somente depois tomarí uma atitude na tentativa de alcançar seus objetivos. Em nossa vida as coisas não são muito diferentes. Antes de assumirmos nossas responsabilidades, precisamos avaliar – com equilíbrio – os nossos propósitos e nossa condição para gerir os resultados de nossas opções. Assim atingiremos nossos objetivos e evitaremos arrependimentos.

Por várias vezes admitimos ter tomado atitudes precipitadas, algumas das quais podemos ainda estar vivendo as conseqüências por conta das escolhas mal sucedidas. Mesmo que não seja possível “consultar” o futuro, podemos minimizar os riscos de uma deciSão evitando a precipitação em se satisfazer com uma resposta fácil ou ingênua.

A experiência tem demonstrado que as mais acertadas decisões são aquelas que foram assumidas ao conhecermos claramente seus objetivos e ao assumirmos verdadeiramente os seus propósitos. Embora possamos consumir vários dias para discernir uma escolha, não significa que não haverá situações de adaptações, mudanças ou sacrifícios.

O desejo em lutar pelo objetivo proposto nos faz viver a fidelidade de nossa deciSão e o sentimento de satisfação nos vem quando percebemos que tomamos uma decisão acertada.

Feliz é aquele que não condena a si mesmo no ato pelo qual se decide.

Deus nos abençoe com a clareza sobre aquilo que desejamos fazer.

José Eduardo Moura / www.cancaonova.com
webenglish@cancaonova.com

Missionírio da Comunidade Canção Nova, trabalhando atualmente na na Fundação João Paulo II no Portal Canção Nova.


Deixar –se amar por Jesus

Por: Fíbio Marques de Deus

Muito comum é vivermos situações que nos fazem sofrer e deixam seqüelas no coração. Estas feridas que se abrem ao decorrer da caminhada revelam através de nossa existência, lacunas da falta de amor que um dia não obtivemos. Elas afetam o nosso ser afetivo que deseja um amor puro, por vezes um carinho ou um abraço de nossos pais ou ainda um simples afago, um beijo ou ate mesmo um elogio.

O interessante é compreendermos que quando a nossa afetividade esta mal resolvida as nossas carências tomam proporções enormes, facilitando que nossos impulsos humanos relacionados a sexualidade se tornem um meio para a fugir do realmente sentimos, existe ai uma confuSão de emoções. Essa confuSão faz com que nos tornemos vulneríveis as tentações conseqüentemente abrindo ainda mais as feridas existentes. Na maioria em busca de resolver a nossa afetividade nos tornamos escravos da nossa sexualidade.

No entanto, apartir do momento que deixamos Deus entrar em nossa vida vamos sentindo seu amor e esse amor é capaz de restaurar nosso coração, nos fortalecendo ao longo da jornada. Assim as feridas vão começando a sarar. Como qualquer ferimento que vai criando aquela crosta da cicatrização por cima da pele, assim também se faz no nosso coração. Porém como somos humanos é normal que aquela coceirinha criada pela cicatrização nos incomode, nos irritando a ponto de arrancarmos a pequena pele que se formou em cima da ferida e com isso eis que de novo o sangramento retorna. Nesse momento nos sentimos cansados , frustrados, olhamos e constatamos que o sacrifício ou melhor os curativos foram em vão.

Jesus porém nos convida a visitar essas feridas com Ele, deixando que Ele cure cada magoa existente. Essa visita de Jesus em nós deve ser realizada com abertura do nosso coração, tendo a convicção que ELE que tudo pode curar tem o poder de restabelecer nossa saúde emocional.

Deus é eterno. Vivendo essa eternidade Ele tem o poder de caminhar pelo nosso passado e assim preencher qualquer lacuna existente da falta de amor que um dia não obtivemos. Por isso quando rezarmos e sentirmos nosso coração sangrar entreguemos a Jesus o momento que nos fez sofrer, as pessoas envolvidas, o complexo de inferioridade, tais como todos os males que aquela situação fez alastrar com o passar do tempo.

Tome para si o fato de que naquele instante Deus estava ali te amando e curando seu coração, você não estava sozinho(a), a ausência de amor das pessoas para com você, Jesus estarí reestabelecendo.

Por que é necessário criar esta consciência do amor de PAI que DEUS nos transmite??

A nossa primeira referencia de amor está na nossa família e por motivos diversos entendemos que não fomos amados suficientemente e isso nos causou tristezas, não conseguimos esquecer estes momentos. Assim nosso coração cria obstáculos ao amor do Pai do Céu, pois passamos a fazer a comparação entre seu amor que é eterno, com o amor que não recebemos de nossos pais biológicos, ou amor daqueles que amívamos. Essa desconfiança surge no nosso coração muitas vezes involuntariamente e nos damos conta que não sentimos em plenitude o amor de Deus porque um dia nos entristecemos pelo amor que não recebemos.

Por isso existe a necessidade de voltar com Jesus ao nosso passado e resolver as situações que não ficaram resolvidas. É necessário deixamos que Deus nos ame naquele momento.

Jesus tem um amor humilde, portanto precisamos também agir com humildade, entender que a misericórdia de Deus ultrapassa o que somos, ou que já fomos ou vivemos. E assim como um paciente que procura o medico, devemos ir ao encontro de Deus. O paciente não indica a doença ou o remédio, mas apenas aponta os sintomas. Quem faz o diagnostico é o medico.

Portanto deixemos Jesus descobrir as nossas feridas e ser o alivio de nossas dores curando o nosso coração!


O infantilismo

Por: Padre Nicolás Schwizer

É uma acentuada desarmonia entre a idade e a posição que se toma diante a vida. Ou mais concretamente: é a desarmonia entre o amor ao “eu” e o amor ao tu, no sentido em que se super valoriza ou decide-se pelo amor a si mesmo. Infantilismo é a incapacidade de brindar-se ao tu, é querer receber quando deveria dar. É estar submerso em si mesmo, é girar em torno a si mesmo. Alguns tipos de infantilismo são:

O eu caprichoso. Coloca no centro de sua vida os desejos, as vontades. Sua grande frase é: “não tenho vontade”. Caracteriza-se por uma grande instabilidade de animo. Quando me sinto bem, sou um tipo formidável, converso com todo mundo, ajudo aos outros. Mas quando me sinto mal de animo, sou um desastre, ninguém me agüenta. Sou dominado por meus caprichos. Para muita gente, a vida espiritual depende da vontade: rezam à mesa ou vão à missa dominical só quando têm vontade, cumprem o propósito de grupo segundo suas vontades.

Temos que nos perguntar: dependemos em cada momento de nossos estados de animo: hoje alegres e contentes, amanhã de mau humor?

Ou na vida familiar. Quando volto para casa, não me pergunto: Qual é meu dever, minha tarefa como pai ou como mãe? O que é o que Deus me pede na minha casa? Ou penso no jornal que vou ler, na telenovela que vou assistir. Não penso no que posso oferecer, mas no que a casa pode oferecer a mim: descanso, paz, tranqüilidade. O eu caprichoso percebe o que ele necessita, mas não percebe o que necessitam a sua volta.

Tem também uma grande instabilidade de sentimentos que o torna subjetivo. P.ex. tenho um amigo a quem adoro, mas escutei algo negativo que disse de mim, e a partir daí já não o agüento mais. Não me pergunto se és certo o que me contaram. Não me pergunto se é grave l que disse este amigo. Falou mal de mim, me feriu, e isso é suficiente. Já não quero saber nada dele.

Então comenta o Padre Fundador: Toda pessoa que foi ferida tem que cuidar-se e averiguar se o que diz é verdadeiro; em tais casos, com freqüência 90% do juízo é subjetivo.

O eu auto compassivo. É o que se compadece a si mesmo, o que tem consciência de mártir. Sempre vê p.ex. uma crítica a ele como falta de amor. Não é capaz de receber uma só crítica, nem a melhor fundamentada. E por quê? Porque o “eu” está tão no centro que não admite estar errado em algo. Por outro lado, é uma pessoa que se queixa continuamente: todos estão contar mim, ninguém me compreende. E sempre encontra a culpa nos outros, nunca em si mesmo. É também uma pessoa que se defende muito. É um sinal de amadurecimento, defender-se pouco; confiar que a defesa virá por outros caminhos. O contrário defender-se permanentemente, é um sinal de imaturidade.

Poderíamos falar das injustiças, pode ser uma grande, séria, p.ex. calúnias graves, roubaram-me a fama, perdi o trabalho por isso. Ou podem ser injustiças pequenas, de cada dia, mais repetidas. P.ex. em nossa vida matrimonial: uma palavra fora de lugar; críticas exageradas; de que sou sempre eu que tenho que pedir desculpas e nunca o outro. São pequenas injustiças que vão criando em mim uma sensação de auto-compaixão muito grande, e que pode converter-se em amargura.

O eu agressivo. É um “eu” que sempre se considera atacado, agredido e por isso sempre está agredindo. É a pessoa que vê em perigo seu “eu”, seus direitos, sua liberdade e por isso sempre está atacando. Sente-se atacado, colocado para trás, sob valorizado, desvalorizado, vê confabulações em toda parte. Crê que todo mundo está contra ele. Estas pessoas sofrem muito; de fato todo infantilismo nos faz sofrer muito.

Pergunta para a reflexão

1. Que formas de imaturidade afetiva posso encontrar em minha personalidade? (p.ex. reações primitivas ou negativas, pessimismo, momentos de impotência e desvalimento, resignações, frustrações, antipatias, covardias, etc.)


Um projeto de vida

Por: Martha Morales

A sexualidade exige uma eleição pessoal, inteligente e livre.

Viver de maneira realmente humana implica colocar algumas questões-chave: “O que é importante para mim?”; “Qual é o sentido do que faço cada dia?”; “De onde venho e para onde vou?”; “No final, o que acontecerá?”. As respostas a estas e outras perguntas definem o rumo de uma pessoa. Todas as respostas possíveis têm um denominador comum. Pascal dizia que o ser humano está feito para ser feliz e não pode deixar de ser, ou seja, todo ser humano persegue acima de tudo a felicidade. No entanto, não todo mundo é feliz. Por quê? Porque não consegue identificar em que consiste a felicidade e como chegar a ela. Uma das pistas para alcançá-la tem a ver com a sexualidade e disso trata este documento. A felicidade interpela à sexualidade. A sexualidade afeta todo o ser, toda a vida de uma pessoa, porque o ser humano é sexuado. A sexualidade é uma dimensão intrínseca da pessoa humana, não é possível prescindir da sexualidade.

Por outro lado, a própria experiência mostra como o modo de viver a sexualidade afeta todo o ser e o agir. A forma de assumir a sexualidade afeta o corpo, as emoções, os sentimentos mais íntimos, as relações interpessoais, a maneira de ver a vida, o mundo, enfim, a felicidade. Sexualidade e felicidade estão intimamente relacionadas.

• Felicidade e sexualidade

A felicidade que todos desejamos é completa e para sempre. Visto assim, parece difícil, é tanto que pensamos que não existe nesta vida. Exato. Aliás, existe como um processo construtivo, como conquista. A felicidade existe completa e para sempre depois desta vida. É Deus. Felicidade não é prazer, é muito mais. Quando somos sinceros e não aceitamos o auto-engano, é preciso admitir que essa felicidade intuída, e a qual todos os homens aspiramos, é mais do que prazer.

Pois bem, esse tipo de felicidade tem a ver com a sexualidade, quer queira, quer não. Viver a sexualidade de uma maneira ou de outra possibilita ou dificulta a felicidade. Existem maneiras de viver a sexualidade que proporcionam prazer e satisfações imediatas, mas que bloqueiam a felicidade. Outras, ao contrário, supõem esforço e sacrifício, mas tornam possível esse anelo de felicidade. Viver bem a sexualidade é um prerrequisito para a felicidade.

• Escolha pessoal X Tendência automática

O ser humano assume a sexualidade sem tê-la pensado, sem realizar uma decisão baseada na reflexão. De fato, a sociedade leva o ser humano, de uma maneira automática, a viver a sexualidade aprendendo por osmose os modos sociais. Ao deixar a infância, o ser humano incorpora à sua vida a função sexual tal como a percebe ao seu redor. E que mensagem implícita recebemos sobre a sexualidade, hoje em dia? Em alguns ambientes, a mensagem é “goze com precaução, faça o que quiser, mas evite a gravidez e a AIDS”.

É o padrão mental imperante no meio ambiente. O problema surge quando os resultados não são os esperados: a AIDS continua progredindo e cada vez existem mais casos de gravidez juvenil não desejada. Com um pouco mais de perspectiva, vê-se também que a infidelidade matrimonial aumenta e que a estabilidade conjugal cambaleia.

As soluções dos Estados e organismos internacionais são as mesmas: mais camisinhas, a pílula do dia seguinte e muito dinheiro para as pessoas com AIDS. Ninguém quer enfrentar o tema de verdade. Esquecem a famosa frase de Einstein: “Nada mais estúpido do que esperar um resultado distinto, fazendo o que sempre foi feito”.

Um mínimo de inteligência e responsabilidade aconselha que todos os seres humanos considerem seriamente a sexualidade: cada indivíduo deve tomar uma decisão pessoal. As pesquisas, as modas e a maioria. Uma percepção difundida no tema da sexualidade, da mesma forma que em muitos outros, consiste em aceitar como válido o que a maioria das pessoas pensa ou faz. Para outros, a verdade estaria nas pesquisas ou na opinião dos sexologistas.

A respeito, convém levar em conta que as pesquisas são facilmente manipuláveis, pois tudo depende do tipo de pessoas que são entrevistadas e da maneira em que são feitas.

Independentemente desta consideração, a verdade das coisas, o descobrimento da realidade, não se faz com estatísticas, porque – caso contrário – qualquer atrocidade poderia ser justificada. Por exemplo, “como muita gente é desonesta, o bom é que todos sejamos desonestos”. Alcança-se a verdade quando se descobre a realidade das coisas, neste caso, “o porquê” e “para que” da sexualidade humana.

Este é o desafio de qualquer pessoa: pensar e decidir por si mesmo. Antes de decidir, conhecer e pensar. Pensar bem supõe colocar questões profundas: “Qual seria a forma mais humana de viver a sexualidade, a mais digna do ser humano, a que torna possível a felicidade?”. Trata-se de um desafio para a inteligência. Depois, o ser humano está obrigado a tomar uma decisão, assumir uma livre escolha, se comprometer com uma postura. É um desafio da vontade. Esse é objetivo destas páginas, proporcionar elementos para formar o critério sobre a própria sexualidade e ajudar a tomar a decisão mais plenamente humana.


A camisinha é eficaz para a prevenção da AIDS?

Por: Dr. Hugo Obiglio (médico, membro da Academia de Ciências Morais e da Academia Pontifícia para a Vida).

Novamente os meios de comunicação abordam o tema da AIDS com a equivocada, embora ache que sã, intenção de insistir em que a prevenção e controle desta pandemia passam por oferecer ao cidadão o que normalmente se denomina “sexo seguro”.

O mesmo dizem os organismos internacionais vinculados, direta ou indiretamente, com a saúde, ao identificar o preservativo como a ferramenta última do “sexo seguro”. Até parece que, uma vez mais, a realidade comprova o provérbio: “Ninguém é mais surdo do que aquele que não quer ouvir”.

Por um lado, a ciência tem demonstrado sem nenhuma dúvida, com estudos que respondem a protocolos avançados, que não encontra no componente do preservativo uma barreira infranqueável.

Distintos trabalhos afirmam – depois de uma análise – que no melhor dos casos sua eficácia não seria superior a 88%. Isto implica que existe uma possibilidade de contágio de 12% em cada relação. Se estes números são enfrentados com as situações de patologias preexistentes, de múltiplos parceiros, de improvisação em sua utilização, de falhas de qualidade, etc., o risco de sua utilização aumenta geometricamente.

Cada ano que passa, a venda e a distribuição – em muitas ocasiões gratuita – de preservativos crescem significativamente, apesar disso os organismos internacionais nos revelam um crescente aumento de enfermos (ao redor de 40 milhões).

Meses atrás, um grupo de científicos no denominado "programa ABC" (Abstinence, Fidelity and Condon; em português: Abstinência, Fidelidade e Camisinha) afirmou que, doravante, a luta contra o HIV devia passar pela abstinência, pela fidelidade e pelo preservativo.

Acho um dever afirmar que o terceiro elemento deve ser eliminado da proposta, ou seja, o preservativo. Isto porque, insisto, a ciência e a tecnologia de ponta não têm podido demonstrar sua segurança.

Uganda constitui um exemplo do que deveria ser promovido, ao aplicar uma lógica preventiva baseada na educação e na abstinência, porque conseguiu reduzir em um dígito (de 15% a 5%) a transmissão do HIV. Falar a verdade é duro, quem tenta fazê-lo se compromete com ela.


Pode haver amizade entre homem e mulher?

Por: Manuel Alejandro Ramos

Parece que, desde tempos imemoriais, a mulher tem ocupado um lugar meramente passivo na sociedade, na família, no trabalho e – inclusive – em sua própria vida, mas, com os novos tempos, chegam idéias novas que não por serem novas são corretas. É comum escutar por todos os lados que homens e mulheres são iguais; como também é freqüente ouvir as pessoas dizerem que homem e mulher são sexos opostos. A mulher, quando é considerada como objeto e não como pessoa, perde lugares que são dela na sociedade, como o papel de amiga, entre outros.

Nesta ocasião, gostaria de ressaltar o papel da mulher como amiga, mas – neste caso – como amiga do sexo complementar, ou seja, do homem.

Consideramos que a amizade verdadeira somente existe entre iguais, esta igualdade não se refere à igualdade de sexo, nem de cultura, nem de meios socioeconômicos, mas igualdade em virtude. Se não houver amizade por igualdade de virtude, isto é, por considerar o/a outro/a como pessoa, com valor em si mesma, não pode haver propriamente amizade, já que o resultado será uma amizade por benevolência. Esta última considera as pessoas não necessariamente em si mesmas, mas sempre haverá um sujeito que será superior em virtude ao outro e, por esta razão, já não será amizade entre iguais.

Quando vemos um homem e uma mulher juntos, compartilhando vida e tempo, achamos que estão juntos por razões de “paquera”, por uma mera atração, sem pensar que entre eles pode realmente existir uma amizade sem pretender algo mais. Acontece que a atração entre um homem e uma mulher é algo absolutamente natural; no entanto, isto não é imperativo. O homem, sendo um ser racional, um ser espiritual, pode se situar acima de suas inclinações naturais e seguir as inclinações de seu raciocínio. Raciocinando, o ser humano é capaz de mudar, através de suas faculdades superiores, seu entorno, transformando-o. Contudo, não somente pode mudar o lado de fora dele, como também pode mudar seu lado de dentro, ou seja, pode mudar a si mesmo!

É certo, o homem pode mudar a si mesmo através da inteligência e da vontade. Cada dia pode ser melhor, sobretudo no plano moral. O homem é um ser perfectível, por ser um agente espiritual, é livre porque ele mesmo escolhe os fins, metas e objetivos que pretende atingir para ser feliz.

A mulher e o homem, por serem agentes racionais ou espirituais, levam seus relacionamentos a âmbitos e planos da realidade que transcendem o meramente corpóreo e instintivo, chegando a superar até mesmo a atração natural que existiria entre eles.

Com o que antes foi dito, não pretendo descartar que – posteriormente – conforme ambos vão se conhecendo, possa existir algo mais do que a simples amizade, já que é natural que se sintam atraídos; mas, se entre eles já existia uma amizade pela virtude, até mesmo o namoro ultrapassará as barreiras da atração e do enamoramento, podendo chegar a ser amor, amor verdadeiro. Inclusive, se o namoro não funcionasse como a amizade, então a amizade que ainda existir entre eles permanecerá, simplesmente não podem deixar de querer bem um ao outro, porque viram na outra pessoa alguma coisa que não pode ser reduzida ao âmbito corporal ou sentimental. Viram a virtude que existe no outro; estão vendo com os olhos do espírito uma pessoa virtuosa, e não uma “coisa”.

Com o espírito, podem ver até mesmo sua própria alma refletida no outro, posto que a amizade e o namoro não são outra coisa que procurar a nós mesmos nas demais pessoas. Procuramos a felicidade não somente em nós, também necessariamente procuramos ser felizes compartilhando nossa alegria. Poderíamos dizer: “Eu existo porque tu existes, tu estás porque eu estou”; no mundo não existem coincidências, pessoas entram e saem de nossas vidas por algum motivo.

A amizade entre homem e mulher sim é possível; pode chegar a ser muito plena quando levada ao campo espiritual. Um exemplo claríssimo do que foi dito, aconteceu entre são Francisco e santa Clara de Assis. Ambos levaram sua amizade a limites espirituais, claro está que entre os dois existia amor, mas um amor que sobrepassava o aspecto corporal (Clara era uma jovem belíssima). Francisco e Clara viam o rosto de Deus em toda a criação. Amavam a Deus refletido neles mesmos, ou seja, Clara amava a Deus em Francisco e vice-versa; por sua vez, Deus amava Clara e Francisco com o amor deles, mas o amor de Deus não se esgotava neles...

Finalmente, só pode haver amizade entre o homem e a mulher se ambos se consideram iguais, na medida em que homem e mulher são membros do gênero humano. Ambos são lados distintos de uma mesma moeda, uma moeda forjada com o mesmo metal e por um mesmo Artesão. Para que a moeda tenha o valor correspondente, precisa dos dois lados, caso contrário, somente será um pedaço de metal no meio de tantos outros


Intimidade conosco e intimidade com os demais

Por: Diana García

Como o processo de afirmação começa quando descobrimos as virtudes dentro de nós, a intimidade conosco é essencial para ter intimidade com os demais.

Esta intimidade conosco cresce na medida em que nos tornamos conscientes de nossos mais profundos sentimentos, necessidades, medos, decepções e sonhos. Se não tivermos consciência disto, não teremos um “eu” para dar aos demais. Mas esta conscientização requer tempo e estruturas.

Erikson diz: “Freqüentemente, uma pessoa pode estar apaixonada ou envolver-se em intimidades, mas a intimidade que agora está em risco é a capacidade de se comprometer com filiações concretas que podem exigir sacrifícios e concessões significativos”.

Assim, intimidade não é sinônimo de expressão sexual nem de um compartilhar algo romântico, mas se refere à exposição pessoal e à reciprocidade que são compartilhadas em uma ampla gama de relacionamentos (amizades, família, companheiros de trabalho, vida em comunidade, etc.).


A amizade nos sacraliza

Por: Renan Felix

Uma amizade parte do princípio da comunhão de duas pessoas. Sempre acreditei no valor de uma amizade. Amizade é algo tão sagrado ao coração de Deus, que Jesus teve seus amigos, e fez questão de manifestar a importância deles em sua vida – mais do que com palavras –, mas com atos. Foi por Lízaro, seu amigo, que Ele chorou e demonstrou o mais íntimo de sua humanidade: Ele o amava (JOÃO 11,5).

Jesus nos deixa o exemplo e nos mostra o quanto um amigo é importante em nossas vidas. Era na casa de Lízaro, em Bethânia, que Ele descansava e ia para se refazer e se refugiar.

Uma amizade parte do princípio da comunhão de duas pessoas. comunhão que não depende da mesma forma de pensar, de semelhanças, mas que depende de uma comunhão de coração acima de tudo. Um amigo mais que alguém parecido com você, é alguém que tem a capacidade de enxergí-lo como você é. De perceber no seu “lindo sorriso” a tristeza de sua alma. De perceber que – mesmo com medo – você é capaz de ir adiante, de ir além. De lhe mostrar os caminhos e acompanhí-lo quando estes se tornarem mais difíceis, estando sempre pronto para levantí-lo quando você cair.

Diante de uma amizade verdadeira corremos um grande risco: o risco de crescer. Uma amizade verdadeira nos faz deparar com nossas limitações, mas acima de tudo nos encoraja a ir além delas.

No olhar, você pode perceber uma amizade. Por isso, não precisa ser proclamada, percebe-se. Esse perceber passa além do proclamar, do ver junto e do estar junto. Percebe-se no jeito de falar, no olhar preocupado, na ansiedade da chegada e na dor da partida.

A distância e o tempo não são empecilhos. Se os amigos permanecem longe um do outro parece que é uma eternidade, mas quando se encontram parece que foi ontem a última risada. É o coração que determina, é ele que faz o tempo parar ou correr diante de um amigo.

Mais que saber ser amigo na dor, um amigo sabe sê-lo na alegria. Ele se alegra com as vitórias e realizações do outro. Ele chora junto, sofre junto, espera junto, ama junto.

Deus me concedeu a graça de ter poucos, mas grandes amigos. Pessoas que são capazes de entrar no que há de mais sagrado em mim e tirar o melhor. De me levantar quando caio e de sempre me mostrar o horizonte. Quando sofro, sofro com eles e por eles. Quando me alegro é a alegria deles que me emociona. É com eles que experimento o amor e o cuidado de Deus.

Um amigo é algo sagrado ao coração de Deus. A amizade nos sacraliza. Obrigado, amigo, por fazer parte do que há de sagrado em mim.


As máscaras que se opõem ao amor

Por: Juan L. Pedraz

Se há uma decisão importante na vida do ser humano, esta decisão é casar; no entanto, se há algo que não se pensa, é exatamente isso. Por que o amor à primeira vista, aliás, o desejo a primeira vista, faz fracassar noivados e casamentos?

Existem três armadilhas para se enganar no amor:

• Acreditar que se amam quando somente existe desejo entre os dois.

• Acreditar que têm muito em comum, quando talvez não tenham absolutamente nada.

• Acreditar que estão pensando, quando na verdade estão sentindo.

Chamo armadilhas porque a armadilha consiste em fazer acreditar que não são armadilhas, é por isso que a pessoa confia, diminui a vigilância e, de um momento para o outro, se encontra presa irremediavelmente.

Amor ou desejo?

A primeira armadilha é confundir a paixão com o amor. Os namorados que chegam ao “x” do problema vêem que ele consiste em averiguar se realmente se amam ou se, principalmente, sentem paixão. Em síntese, o problema está em averiguar se meu namorado ou minha namorada é assim, ou seja, bom e responsável (e então seguirá sendo sempre), ou se somente está atuando, isto é, está tratando de aparentar que é uma boa pessoa e, até mesmo inconscientemente, atua, faz um teatro. O amor exige muitas renúncias e sacrifícios, e se a pessoa não for realmente generosa, depois de algum tempo será muito difícil fingir.

Existe uma maneira simples de averiguar o que uma pessoa realmente é, e não o que parece ser: se seu namorado for compreensivo, tiver muita consideração e for responsável, será assim com todo mundo e não somente com você. A mesma coisa poderia ser dita da namorada. Se um metal for ferro, reagirá como ferro com qualquer metal; se somente reage como ferro com três metais, definitivamente não é ferro.

A mesma coisa acontece aqui: se alguém só for respeitoso, prestativo e amável com determinadas pessoas, definitivamente não é respeitoso, amável e prestativo, ou seja, somente está atuando. É preciso observar como esta pessoa se comporta com aqueles de quem não espera nada, como suporta e reage diante dos problemas e tensões comuns em toda convivência. Como se comporta com seus pais, irmãos, amigos e inimigos, companheiros, garçons, etc.? Ali está a chave.

Mas acontece que os namorados somente julgam um ao outro pela forma como o parceiro o/a trata. E como a noiva vê que ele é bom e simpático, pensa que ele é realmente assim. Não se importa em saber como ele trata aos outros porque isso não a afeta, não tem que sofrer, e diz: ”Comigo ele é diferente”. Poderíamos lhe dizer: “Por agora, mas deixe que o tempo passe e diminua a paixão...”. Se com ela é diferente, isto quer dizer que ele não é assim, está atuando.



O maior erro é pensar que com ela sempre vai ser diferente. Isto supõe uma ingenuidade do tamanho do monte Everest, pois não sempre vai ser assim, porque o gênio acabará por se impor. A beleza amansa os homens selvagens e amacia o gênio, mas – quando a beleza ou o impacto passar – o ser humano voltará a ser o que era.

Existe uma razão que impede que os namorados se mostrem como na verdade são: a falta de ocasiões em que um ser humano se mostra tal como é. Conhecemos os seres humanos nos momentos de tensão, de crises, de fracasso, de frustração, como diz Saint-Exupery: “O homem mede a si mesmo diante do obstáculo”.

“O casamento é a situação existencial que mais felicidade pode proporcionar à maioria dos seres humanos”, por isso todo mundo quer se casar, embora vejam casos de fracassos ao seu redor. Percebem que determinada esposa é voluntariosa, altaneira, egoísta e procura explorar um homem para que pague seus caprichos, ou que outro lar se transformou em sala de torturas. Quando o casamento deveria ser uma estrutura criada pelo amor total para se expressar e se perpetuar.

Achar que têm afinidades quando, na verdade, só gostam de estar juntos

Esta é a segunda armadilha que a atração física pode preparar para os namorados. O casamento não é a contemplação do outro, é convivência. É preciso que o amor entre eles seja também amor de amizade, devem compartilhar interesses e valores. Quando os esposos não são amigos, o casamento termina morrendo por monotonia ou por desânimo (porque é difícil viver permanentemente frustrado). Estas tensões são fortes também quando são de diferentes religiões, ou quando os dois aceitam a mesma fé, mas um é praticante e o outro não.

Acreditar que estão pensando, quando só estão sentindo

Esta é a terceira armadilha. Achar que pensam quando somente racionalizam o desejo. Quando se pensa, se consideram todas as razões a favor e contra; quando se sente, são consideradas somente as razões ditadas pelo desejo, aquelas que o justificam. As razões contrárias não são contempladas; e quando são, não impressionam, ou são rejeitadas. É típico o caso em que dizem à moça: “Este rapaz não lhe convém porque é preguiçoso, ou porque é bêbado ou mulherengo”. E ela responde: “É sim, mas o meu amor vai transformá-lo”. A realidade mostra que, no logo prazo, não vai mudar porque ele já tem hábitos formados.

Naturalmente, quanto mais forte for a paixão e o desejo, maior será a incapacidade de pensar objetivamente. Poucos desejos têm a violência e a intensidade do desejo físico e sexual. Por isso, quando os noivos estiverem profundamente apaixonados, terão pouca capacidade para raciocinar. Dizem que “o amor é cego”, e aqui existe uma confusão entre amor e desejo. O amor verdadeiro é muito lúcido porque está fundamentado no conhecimento da pessoa e, por isso, vai crescendo com este conhecimento. O desejo, ao invés, nem vê nem quer ver, ou somente vê o que quer ver.

Os namorados devem pensar quando ainda forem capazes de pensar, isto é, quando ainda não estiverem apaixonados. No início, não penam porque não se preocupam, porque não estão apaixonados, por isso é preciso pensar: “De quem vou me apaixonar?”.

É preciso ver como começa a maioria dos namoros: gostam um do outro, continuam saindo e vão gostando cada vez mais. Começam a namorar. Agora já não podem pensar, somente podem sentir. Já não raciocinam, somente racionalizam. Apaixonam-se, sem ter averiguado antes se deveriam se apaixonar. Uma vez apaixonados, mesmo se ele for Pedro “O Malvado”, vão terminar se casando, de qualquer maneira.

O único tempo útil que os namorados têm para pensar objetivamente, se convém ou não o namoro, é quando ainda não estiverem apaixonados, mas vêem que podem chegar a se apaixonar. “No meu caso é diferente”, dirá alguma, e depois acontece a mesma coisa que com as outras e acabam igual. O que lhe faz pensar que seu caso é diferente? A vontade que têm de acreditar nisso. Todos os namorados pensam que seu amor é único.

Todos os sentimentos duram enquanto acreditarem que são eternos, por isso também a pessoa que passou por um desengano amoroso acha que para ela a vida já não tem sentido. Alguns pensam em suicídio, mas, um pouco depois, vão terminar rindo da própria estupidez.

Outras dizem: “Vão ver como eu vou mudá-lo”. Uma vez que o homem acredita que já tem a moça “no papo”, voltará a ser o que era. Não se trata de uma mudança tática; o namorado faz verdadeiros esforços e sacrifícios, mas são os sacrifícios que todo mundo faz para conseguir aquilo que desejar, mas que durará o tempo que o desejo durar. O erro da namorada está em pensar que sua influência sobre ele não vai diminuir. Repete-se o slogan: “Mas todo mundo pode mudar...”. Se uma pessoa mudou, tem que ter mudado com todos, e não somente com a namorada. Lamentavelmente, não sabemos experimentar em cabeça alheia.

Ouve-se dizer: “Amo-o tanto que não me importa o que no futuro me possa fazer”. Quando ouvir os insultos e os palavrões, quando ele chegar bêbado, quando você sentir indiferença com a sua pessoa, quando já não estiver interessado em você, aí então será quando deveria não se importar. Porém, quanto mais você amar, mais vai se importar.



Princípios do amor firme

Por: Dr. James Dobson

Os princípios do amor firme são os mesmos para quem está solteiro e para aqueles que completaram décadas de vida matrimonial. No entanto, existem circunstâncias que são típicas do período de namoro. Vou citar algumas que o ajudarão a evitar as armadilhas mais comuns.

1. Não permita que, no princípio, o relacionamento avance com demasiada rapidez. A frase “devagar com o andor porque senão o santo cai” é válida. Os relacionamentos românticos que começam com um frenesi terminam queimando-se com freqüência. Não queime etapas, vá passo a passo.

2. Não comente suas dificuldades e fraquezas pessoais com riqueza de detalhes quando o relacionamento ainda for novo. Por mais carinhosa e acolhedora que a outra pessoa for, toda grande revelação sobre particulares de sua personalidade pode ser fatal quando aparecerem as dificuldades do namoro e, com certeza, elas surgirão.

3. Lembre-se que o respeito vem antes do amor. Edifique-o, colocando pedra sobre pedra.

4. Não telefone para a outra pessoa com demasiada freqüência, nem faça com que ela/ele se canse de você.

5. Não revele antes do tempo que deseja se casar, ou que acha que encontrou seu príncipe azul ou a princesa de seus sonhos. Se a outra pessoa não tiver chegado à mesma conclusão, você vai deixá-la em pânico.

6. Sumamente importante: os namorados cautelosos, que “preferem provar a isca antes de morder o anzol”, estão constantemente provando a relação. Estas provas adquirem muitas formas, mas freqüentemente consistem em se afastar da outra pessoa para ver o que acontece. Talvez provoquem uma briga absurda ou passem duas semanas sem telefonar, ou ainda que paquerem com algum(a) rival. Em cada uma destas circunstâncias, a pergunta que está fazendo é: “Qual a importância que eu tenho para você e o que faria se me perdesse?”. Atrás desta pergunta, existe outra ainda mais básica: o parceiro quer saber quanta liberdade teria para deixar o relacionamento, se quisesse fazê-lo. É importantíssimo que, diante destas situações, você dê uma impressão de serenidade, de segurança e de uma independência semelhante. Não se apegue à outra pessoa para suplicar misericórdia. Algumas pessoas ficam solteiras toda a vida porque não podem resistir à tentação de humilhar-se quando são colocadas à prova por outras.

7. Continuando com o mesmo conceito, tenha presente que quase todos os relacionamentos de namoro ou noivado que duram um ano ou mais e parecem que vão dar em casamento, vão sofrer a prova máxima: vai acontecer um rompimento provocado por um dos namorados. A pessoa rejeitada deve saber que o futuro dos dois juntos depende da habilidade para administrar esta crise. Se o que está sofrendo pode permanecer calmo, os dois passos seguintes poderiam ser a reconciliação e o matrimônio. É muito comum que assim aconteça. Se não for assim, então por muito que o interessado suplicar, não vai adiantar nada.

8. Não dependam unicamente um do outro, quanto à satisfação de todas as necessidades emocionais. Mantenham interesses e atividades alheias a sua relação romântica, inclusive depois de casados.

9. Tenha precaução contra o egoísmo na relação romântica. Não deve ser somente um a dar tudo; nem o homem, nem a mulher. Eu rompi um relacionamento com uma jovem porque ela deixava que eu a levasse a lugares agradáveis, lhe desse flores, pagasse o almoço, etc. Eu queria fazer essas coisas, mas esperava que ela me respondesse de alguma forma. Nunca o fez, ela só sabia receber.

Outro autor acrescenta aos meus, outros princípios:

10. As mulheres normalmente se apaixonam antes dos homens e continuam apaixonadas depois que os homens já deixaram de estar. Mas, não é sempre assim, muitas vezes os homens se apaixonam mais depressa e se apegam com mais tenacidade a uma aventura que está morrendo.

11. Não nos apaixonamos por pessoas que conhecemos demais, nem muito menos nos casamos com elas. Pelo contrário, ficamos loucos por estranhos fascinantes que conhecemos longe de nossa vida e trabalho normais.

12. As mulheres têm de ser difíceis de conquistar se quiserem conseguir um homem que as aprecie.



Como encontrar o amor de sua vida?

Por: Rosario Alfaro Martínez

Todos, em algum momento, já nos perguntamos como saber se realmente estamos apaixonados e se a pessoa querida é a que mais nos convém. Gostaríamos de ter uma varinha mágica para nos ajudar a saber se quem está diante de nós é nosso príncipe azul ou nossa princesa encantada, segundo for o caso, ou se se trata de outro sapo ou outra rã disfarçada.

Os problemas do amor são muito complicados e é por isso que o melhor conselho que ALMAS pode dar é que esta decisão seja tomada de acordo com Aquele que tem o melhor projeto para sua vida: DEUS. Aconselhamos perguntar a Ele quem é a pessoa indicada para compartilhar tudo o que você é e o que tem. Com certeza, se souber escutá-lo, Ele vai lhe mostrar o que é melhor para você.

No entanto, para você se sentir mais seguro no momento de tomar suas decisões, queremos dar umas dicas que podem ajudá-lo a saber se a decisão que você está tomando é a mais correta.

Passo 1: Elimine as causas mais freqüentes da má seleção do cônjuge:

1) Decisão precipitada de casar, quando ainda não tiver conhecido bem a pessoa escolhida. Isto acontece em namoros (noivados) muito curtos, em que não há possibilidade de conhecer a pessoa.

2) Casar-se jovem demais, quando ainda estiver na adolescência.

3) Não tomar a decisão quando uma ou as duas pessoas tiverem muita pressa para casar.

4) Um, ou os dois, estiverem fazendo a escolha de casar para satisfazer outra pessoa.

5) Um namoro/noivado de pouca experiência. Por falta de comunicação ou porque nunca discutiram e não sabem resolver conflitos.

6) Um, ou os dois, tiverem expectativas irreais sobre o que é o casamento, seja por vê-lo de uma forma demasiado idealizada, ou porque nutrem esperanças de mudar o cônjuge, sobre a forma de ser, sentir, pensar ou agir, quando se casarem.

7) Um, ou os dois, tiverem problemas emocionais que não foram analisados durante o namoro, como ciúmes ou vícios como drogas ou alcoolismo.

Passo 2: Clara imagem mental.

Tenha uma clara imagem mental da pessoa ideal para você. Para isso, é importante fazer uma distinção entre a pessoa de nossos sonhos e a pessoa que eu possa atrair.

«Não se preocupe em encontrar a pessoa indicada, é melhor se ocupar em ser a pessoa apropriada».

Para poder chegar a estar igual à pessoa que você almeja, trabalhe com sua própria pessoa, o que significa maximizar suas virtudes e minimizar seus defeitos.

Passo 3: Escolha alguém como você.

Certamente os opostos se atraem, mas isto não quer dizer que vocês tenham de ser diferentes totalmente, em tudo. Os estudos científicos e estatísticos, realizados em casais que viveram muito tempo juntos, revelam que vivem melhor aqueles que têm mais coisas em comum.

Para isto, é importante fazer um balanço entre semelhanças e diferenças. Quando falamos de semelhanças, nos referimos às coisas vitais ou transcendentais, e não a qualquer coisa. As semelhanças essenciais, como os valores (religião, família, etc.), a capacidade de intimidade emocional com a outra pessoa, os hábitos pessoais como higiene, alimentação, entre outras coisas.

Nisto, deve-se ser flexível, o compromisso do matrimônio permite que haja ajustes em muitas coisas.

Também temos de observar que o casamento é um complemento, sendo aí onde entra o papel das coisas contrárias, às quais deveríamos chamar COMPLEMENTARES.

Passo 4: Que os dois sejam pessoas sadias.

Isto se refere um pouco à maturidade, lembrando que ela não chega com a idade, mas trata-se de alguma coisa que uma pessoa vai construindo em si mesma, desde o nascimento.

Assim, você deve tentar ser uma pessoa “sadia” antes de casar, isto também implica que seja “livre” de seus pais, isto é, você não deve confundir o relacionamento que tem com seus pais com o relacionamento com o cônjuge. Deve respeitar seus pais sempre, mas se considerando – conforme diz o ditado – “farinha de outro saco”, e reconhecer que depois do casamento a pessoa mais importante de sua vida, será seu esposo ou sua esposa, e que este lugar nem sequer seus filhos podem usurpá-lo.

Passo 5: Encontre um amor que você sinta no mais profundo de seu coração, mas procure expressá-lo com cuidado.

Um relacionamento de namoro ou noivado, que está baseado somente na parte emotiva (passional), não permite que se conheçam bem, portanto, é importante que no namoro se converse mais do que se acaricia. A paixão EROS é algo temporâneo, mas positivo; o problema é ficar nisso. O EROS é bom, mas você deve expressá-lo com cuidado, já que esta paixão pode destruir sua vida.

Passo 6: Deixe que esta paixão de amor amadureça, antes de casar.

Deixe que passe a ser um amor maduro, de confiança, ou seja, permita dedicar um tempo a aprender a ser pessoa e parceiro. Um amor de projetos e sonhos de experiências pessoais que seja maior do que a paixão. Também não estamos falando de namoros eternos, de vários anos, em que já não se sabe se é amor ou costume o que sentem um pelo outro. Trata-se de um amor em que realmente se conheçam e estejam conscientes de que nenhum dos dois é perfeito, mas que ambos, se estiverem juntos, poderão ser melhores.

Passo 7: Domine a arte da intimidade.

Conserve os momentos que só vocês dois conhecem. A intimidade é poder ser quem você é diante dessa pessoa. É ser UM com outra pessoa.

Passo 8: Aprendam a lidar com os conflitos.

Não procurem, durante o namoro, evitar que existam problemas, eles são necessários porque só assim um casal pode crescer, portanto, os problemas vividos durante o namoro vão ser, sobretudo, úteis para o casamento. Quando, durante o namoro, aprendo a lidar com os conflitos, o casamento vai ser muito mais fácil.

Passo 9: Não continuem com o namoro e o compromisso se não estiverem prontos para casar-se para toda a vida.

Quando uma pessoa quer casar para toda a vida, simplesmente esta decisão já vai ajudar a não ser adúltero, a não ter amores substitutos, a ser fiéis, a manter o compromisso mesmo em tempos difíceis, e a idéia do casamento para sempre faz que ele seja mais íntimo. Se você não estiver pensando que com seu noivo ou noiva poderá viver toda a vida, o melhor será concluir este relacionamento.

Passo 10: Celebre seu casamento com o apoio da família e dos amigos.

As pessoas que amam você vêem outro ângulo de seu relacionamento e podem ajudá-lo a entender se realmente é boa sua decisão de casar. Isto não quer dizer que não seja sua decisão e que você tenha de submetê-la à opinião pública, mas pode ser um bom ponto de apoio a opinião das pessoas que o conhecem e desejam seu bem.

«Por falta de direção cai um povo; onde há muitos conselheiros, ali haverá salvação» (Provérbios 11, 14).

Deste modo, se houver alguma pessoa que lhe tenha estima verdadeira e que achar pouco adequado seu relacionamento, procure escutá-la e analisar se esta opinião é objetiva e se tem algum ponto importante a ser considerado.

Se você descobrir que seu relacionamento não é sadio, não tenha medo de pedir ajuda profissional, existe o aconselhamento pré-matrimonial que pode ajudar. Todos os casais precisam de apoio


No caminho do namoro

Por: Dado Moura

Namoro é um saudável momento em que nos colocamos a conhecer e a sermos conhecidos. De repente, percebemos uma maior necessidade de partilhar as coisas simples de nossos dias, nossas atividades, nossos sentimentos, as alegrias e até mesmo nossas dificuldades e tristezas com alguém. Aprendemos nessa fase a viver as primeiras experiências do convívio a dois.

Nesse estígio de avaliação, poderá se confirmar o desejo em viver o próximo passo do relacionamento junto com quem se pensa estar apaixonado. Isso compreende ceder quando se fizer necessário, contestar, reavaliar nossos conceitos, ver as reações do outro diante de situações adversas ou estressantes. Enfim, são tempos em que começamos a identificar o nosso chamado para a definição de um estado de vida.

Talvez, buscando encontrar o par perfeito, ou presos nos temores de ficar eternamente solteiros, muitos se antecipam na tentativa de encontrí-lo através de um âàÂœsex-tourâàÂ, isto é, identificar alguém para se namorar começando por uma avaliação a partir da performance sexual. É difícil conceber a idéia de que por meio de um envolvimento íntimo alguém possa perceber as qualidades e os defeitos da pessoa, com a qual gostaria de compartilhar sua vida.

Muitas pessoas preocupadas em ficar âàÂœencalhadasâà ou âàÂœtitias da terceira idadeâà -ainda que estejam vivendo âàÂœo tempo de sua plenitudeâàÂ- saem à busca de um namorado a qualquer preço. E temendo perder a âàÂœchanceâà que acreditam ter encontrado, suportam viver situações relevando, inclusive, importantes características que poderão se contrapor aos valores ou àsqualidades que intencionavam encontrar no pretendente; acreditando que no futuro ele vai mudar.

Para muitas pessoas, mais difícil que compreender sobre a vivência no namoro, parece ser a de encontrar a pessoa certa com quem deseja partilhar seus momentos. Se desejamos encurtar o caminho de namoro, ou seja, o processo de discernimento sobre aquele com que intencionamos estreitar os laços, isso poderá confundir nossas emoções. não será uma síbia deciSão, neste importante tempo relacionamento, tirar vantagem da situação a dois ou queimar etapas.

Envolvidos por doces palavras em ardilosas teias, casais mal informados se permitem transformar mutuamente em objetos, somente para viver breves momentos de uma felicidade efêmera. Tal atitude certamente vai contribuir para iludir as pessoas que buscam confirmar seus sentimentos a respeito do outro.

A intimidade de um casal é resultado de uma aliança âà“ que se fundamenta no compromisso concreto da fidelidade e do amor recíproco âà“, intimidade esta que não se aplica na superficialidade do namoro. Da mesma forma, desconsiderar a falta de aptidão, interesse ou força de vontade para se alcançar os objetivos comuns âà“ definidos ainda nesse tempo [namoro] âà“, poderá também comprometer o futuro de qualquer relacionamento.

O caminho de namoro é tempo de apurar no outro a disposição de viver as exigências do relacionamento a dois, para que ambos se completem num estado de vida definido, ou seja, o casamento.


Vale a pena casar-se?

Por: Tomás Melendo *

Hoje em dia, muitos jovens asseguram que não vêem nenhuma razão para contrair matrimônio. Amam-se e nisso encontram justificação de sobra para viverem juntos. Penso que estão enganados, mas compreendo-os perfeitamente.

• LEIS E COSTUMES

É verdade que as leis e os costumes sociais retiraram ao matrimônio todo o seu sentido. Em primeiro lugar, a admissão do divórcio elimina a segurança na luta por manter o vínculo; em segundo lugar, a aceitação social de “devaneios” extramatrimoniais suprime a exigência da fidelidade; por último, a difusão dos anticoncepcionais despoja os filhos de relevância e valor.

O que resta então da grandeza da união conjugal? 0 que é feito da arriscada aventura que sempre foi? Para quê passar pela Igreja ou pelo juiz-de-paz? Assim vistas as coisas, teríamos de começar por dar razão àqueles que sustentam a absoluta primazia do “amor”, para depois fazer-lhes ver uma coisa de capital importância: é impossível homem e mulher amarem-se profundamente sem estarem casados.

• TORNAR-SE CAPAZ DE AMAR

Ainda que possa causar um certo espanto, o que acabo de dizer não é nada estranho. Em todos os âmbitos da vida humana é preciso aprender e adquirir competências. Por que teria de ser diferente no amor, que é simultaneamente a mais gratificante, a mais decisiva e a mais difícil das nossas atividades? Jacinto Benavente afirmava que “o amor tem de ir à escola”, e é verdade. Para poder amar verdadeiramente, é preciso exercitar-se, tal como, por exemplo, é preciso temperar os músculos para ser um bom atleta.

Ora bem, o casamento capacita para amar de uma maneira real e efetiva. A nossa cultura não acaba de entender o matrimônio: contempla-o como uma simples cerimônia, um contrato, um compromisso... Tudo isso é, sem chegar a ser falso, demasiado pobre. Na sua essência mais íntima, o ato de casar-se constitui uma expressão delicada de liberdade e de amor. O sim é um ato profundíssimo, inigualável, mediante o qual duas pessoas se entregam plenamente e decidem amar-se mutuamente por toda a vida. É amor de amores: amor sublime que me permite “amar bem”, como diziam os nossos clássicos: fortalece a minha vontade e habilita-a para amar em outro nível; situa o amor recíproco numa esfera mais elevada. Por isso, se não me casar, se excluir esse ato de amor total, ficarei impossibilitado de amar de verdade o meu cônjuge, tal como alguém que não treina ou não aprende uma língua se torna incapaz de falá-la
À sua jovem esposa, que lhe tinha escrito: “Esquecer-te-ás de mim, que sou uma provinciana, entre as tuas princesas e embaixadoras?”, Bismark respondeu: “Esqueceste que me casei contigo para te amar?” Estas palavras encerram uma intuição profunda: o “para te amar” não indica uma simples decisão para o futuro, inclusive inamovível, mas equivale, afinal de contas, a um “para te poder amar” com um amor autêntico, supremo, definitivo... impossível sem a mútua entrega do matrimônio.

• CASAR-SE OU “VIVER JUNTOS”

Não se trata de teorias. O que acabo de expor tem claras manifestações no âmbito psicológico. O ser humano só é feliz quando se empenha em qualquer coisa de grande que efetivamente compense o esforço. O mais impressionante que um homem e uma mulher podem fazer é amar. Vale a pena dedicar toda a vida a amar cada vez melhor e mais intensamente. É, na realidade, a única coisa que merece a nossa dedicação: tudo o mais, tudo mesmo, deveria ser apenas um meio para o conseguir. “No entardecer da nossa existência – dizia um clássico castelhano – seremos examinados sobre o amor” (e sobre nada mais, acrescento eu).

Ora bem, quando me caso, estabeleço as condições para me dedicar sem reservas à tarefa de amar. Pelo contrário, se simplesmente vivemos juntos, e ainda que eu não tenha consciência disso, terei de dirigir todo o esforço à “defesa das posições alcançadas”, a “não perder o que foi ganho”.

Tudo, então, se torna inseguro: a relação pode romper-se a qualquer momento. Se não tenho a certeza de que o outro se vai esforçar seriamente por amar-me e superar as fricções e conflitos do convívio quotidiano, por que terei de fazê-lo eu? Não posso “baixar a guarda”, mostrar-me de verdade como sou..., não vá acontecer que o meu parceiro descubra defeitos “insuportáveis” em mim e decida acabar com tudo.

Perante as dificuldades que forçosamente têm de surgir, a tentação de abandonar a relação conjugal está sempre muito próxima, pois nada impede essa deserção...

Em resumo, a simples convivência sem entrega definitiva cria um clima em que a razão fundamental e entusiasmadora do matrimônio – fazer crescer e amadurecer o amor e, com ele, a felicidade – se vê muito comprometida.

• AMOR OU “PAPÉIS”?

Tudo o que acabamos de ver parece reforçar a afirmação de que “o importante” é amar. Parece-me correto. O amor é efetivamente importante e não se deve ter medo desta ideia. No entanto, como já expliquei, não pode haver amor total sem doação mútua e exclusiva, sem o casamento. Os “papéis”, o reconhecimento social, não são, de modo nenhum, “o importante”, mas por serem uma confirmação externa da entrega mútua, tornam-se imprescindíveis.

• E por quê?

Do ponto de vista social, porque o meu casamento tem claras repercussões civis: a família é – deveria ser! – a chave do ordenamento jurídico e o fundamento da saúde de uma sociedade. É indispensável, por isso, que se saiba que eu e outra pessoa decidimos mudar de estado e constituir uma família.

No entanto, a dimensão pública do matrimônio – cerimônia religiosa e civil, festa com familiares e amigos, participações do evento, anúncio nos meios de comunicação social (se for caso disso), etc.– deriva sobretudo da enorme relevância que tem para os cônjuges aquilo que estão levando a cabo. Se isso vai mudar radicalmente a minha vida para melhor, se me vai permitir algo que é uma autêntica e maravilhosa aventura, terei imenso gosto em que se saiba, tal como anuncio com tambores e flautas outras boas notícias. Tal como, não. Muito mais, porque não há nada que se compare a casar-se: põe-me numa situação inigualável para crescer interiormente, para ser melhor pessoa e alcançar assim a felicidade. Como não apregoar, então, a minha alegria?

• ANTECIPAR O FUTURO?

É verdade que, tendo em conta o exposto, muitos se interrogam: como posso assumir um compromisso para toda a vida, se não sei o que esta me vai trazer? Como posso estar certo de que escolho bem a minha mulher ou o meu marido?

A todos eles eu diria, antes de mais, que para isso existe o noivado: um período imprescindível que oferece a duas pessoas a oportunidade de se conhecerem mutuamente e começarem a entrever como se desenvolverá a sua vida em comum.

Além disso, se sou uma pessoa como deve ser, já sei o que acontecerá quando contrair matrimônio: sei, concretamente, que farei tudo o que estiver ao meu alcance para amar a pessoa com quem me vou casar e procurarei que ela seja muito feliz. E se esse propósito for sério, será partilhado pelo futuro cônjuge, porque o amor chama o amor. Podemos ter, portanto, a certeza de que vamos esforçar-nos com todos os meios por consegui-lo. E nesse caso será muito difícil, quase impossível, que o matrimônio fracasse.

• OBSERVAR E REFLETIR

Não há dúvida de que essa decisão radical de entrega não é suficiente para dar um passo tão importante. É preciso que eu considere também alguns traços do futuro cônjuge. Por exemplo, se “me vejo” vivendo durante o resto dos meus dias com essa pessoa. E igualmente, e antes, como é que ela se comporta no seu trabalho; como trata a família, os amigos. Se sabe controlar os seus impulsos sexuais (porque, caso contrário, ninguém me garante que será capaz de o fazer quando estivermos casados e não se deixará seduzir pelos encantos de outro ou outra). Gostaria que os meus filhos se parecessem com ele – com ela? (porque de fato, quer eu queira ou não, vão parecer-se). Sabe estar mais atenta ao meu bem do que aos seus caprichos?

Em resumo, é importante considerar mais o que a pessoa é; depois, o que efetivamente faz, como se comporta; e em terceiro lugar o que diz ou promete, coisa que só terá valor se a sua conduta o confirmar.

• RELAÇÕES ANTIMATRIMONIAIS

Eis uma das questões mais decisivas e sobre a qual reina maior confusão. A necessidade de os noivos se conhecerem, de saber se um e outro combinam entre si, não aconselhará a que vivam um tempo juntos, com tudo o que isso implica?

É um assunto que tem sido muito estudado e sobre o qual se vai lançando uma luz mais clara. Um bom resumo do estado da questão seria o seguinte: está estatisticamente comprovado que a convivência a que acabo de aludir nunca – nunca! – produz efeitos benéficos. Por exemplo:

a) os divórcios são muito mais freqüentes entre aqueles que viveram juntos antes de contrair matrimônio;

b) as atitudes dos jovens que começam a ter um relacionamento íntimo pioram notavelmente e a olhos vistos a partir desse mesmo momento: tornam-se mais possessivos, mais ciumentos e controladores, mais desconfiados e irritáveis...

Não é difícil de intuir a causa. O corpo humano é, no sentido mais profundo da palavra, pessoal; muito particularmente na sua dimensão sexual. Por conseguinte, a sexualidade só sabe falar uma linguagem: a da entrega plena e definitiva.

No entanto, nas circunstâncias que estamos considerando, essa entrega total é desmentida pelo coração e pela cabeça que, com maior ou menor consciência, a rejeitam, na medida em que evitam um compromisso para toda a vida. Surge assim, em cada um dos noivos, uma ruptura interior que se manifesta, psiquicamente, por uma obsessiva e angustiante ânsia de segurança, acompanhada de receios, temores, suspeitas, que acabam por envenenar a vida em comum. Daí que, a este tipo de relações, e contrariamente ao que é habitual, eu prefira chamar “anti-matrimoniais”.

• PARA SE CONHECEREM A SÉRIO

É pelo menos ingênua a pretensão de avaliar a viabilidade de um casamento pela “capacidade sexual” dos que coabitam: como se toda uma vida em comum dependesse ou pudesse basear-se em atos que, em condições normais, não somam muitos minutos por semana!

Aliás, a melhor maneira de conhecer o futuro cônjuge nesse campo neste campo consiste, como sugeria anteriormente, em observá-lo nos outros aspectos da sua vida, naqueles que não se relacionam diretamente conosco: observar e refletir sobre o modo como a pessoa se comporta com a sua família, no trabalho ou no estudo, com os amigos e conhecidos. Se, nessas circunstâncias, é generoso, afável, paciente, serviçal, terno, desprendido, podemos estar seguros – sem medo de errar – de que a longo prazo será essa a sua atitude nas relações mais íntimas.

Por isso, pode-se afirmar que “viver (e dormir) juntos” é a melhor maneira de não saber absolutamente nada de como vai comportar-se a outra pessoa durante a vida matrimonial.

Repito que não se trata de uma ficção nem de uma espécie de “invenção piedosa” para desaconselhar essa convivência: como acabo de mencionar, é bastante fácil cair na conta de que a situação que se cria em tais circunstâncias é totalmente artificial... e muito diferente do que será a vida em comum no dia a dia, quando ambos estiverem casados.

• EXPERIMENTAR AS PESSOAS?

Pode-se aprofundar ainda mais: não é sério nem honesto “experimentar” as pessoas como se se tratasse de cavalos, carros ou computadores. As pessoas devem ser respeitadas, veneradas, amadas; por elas se arrisca a vida, “joga-se – como dizia Marañón – cara ou coroa, o porvir do próprio coração”.

Além disso, a desconfiança que implica o pôr as pessoas à prova não só cria um permanente estado de tensão, difícil de suportar, como se opõe frontalmente ao amor incondicional, que está na base de qualquer bom casamento.

E deve-se acrescentar outro motivo ainda mais determinante: não se pode (é materialmente impossível, ainda que pareça o contrário) fazer essa experiência, porque o casamento muda muito profundamente os noivos, não só do ponto de vista psicológico – a que já me referi – mas no seu próprio ser; modifica-os profundamente, transforma-os em esposos, permite-lhes amar de verdade: coisa que antes de casarem não podiam fazer!

* Catedrático de Filosofía (Metafísica), Diretor do Departamento de Estudos Universitários sobre a Família da Universidade de Málaga, Espanha.


Do amor ideal ao amor real

Por: Padre Nicolás Schwizer

O Padre Fundador faz-nos ver que a grande desilusão de nossa vida poderia ser a seguinte, acreditávamos que nossa vida em comum ia ser como a dos anjos: unidos por uma profunda união de corações e por um cálido amor mútuo.

Durante o noivado; ao início de um matrimônio ou de una comunidade se ama muitas vezes uma idéia ou um sonho. Naquele tempo não víamos nossas sombras, já que tudo estava iluminado pelo primeiro amor. Mas, depois de haver vivido juntos durante anos, despertam para a realidade: se conhecem mutuamente com suas debilidades e misérias. Aparecem os defeitos: defeitos meus e defeitos dos demais. E também aparecem como parte da vida, as manias, caprichos ou o que a mim parece como tal.

Carlos Vallés conta como uma vez assustou a um jovem que lhe pedia conselho sobre seu matrimônio em perigo. Disse-lhe que a única solução que tinha era o divórcio. E depois do susto explicou-lhe: Tinha que divorciar-se da mulher com quem havia se casado, é dizer, do sonho de mulher com que havia se casado, da imagem ideal de esposa perfeita que ele mesmo havia formado em sua mente e havia levado ao altar em pura fantasia romântica.

O que agora teria que fazer era divorciar-se do sonho e voltar a casar-se com sua própria mulher, sua mulher real. Agora devemos amar ao outro tal como ele é, e não como o havíamos imaginado.

Do contrário, surge o desejo de que o outro se adapte aos meus desejos de mudança. Inclusive eu mesmo tento mudar-lo. E então o outro se fecha por não poder ou querer fazer-me caso. E eu me sinto ofendido e o faço saber. Sinto-me como sentado num trono disposto a vigiar sua conduta, a receber suas desculpas ou sua adulação. Uma forma primitiva de amor, tal como uma maçã verde de gosto ácido.

Depois vamos crescendo. Do amor idealizado havemos de passar ao amor real. Permito ao outro ser como é e o aceito. E então muda a relação, existe mais liberdade, mais respeito. Quando estou disposto a agüentar ao outro, então amadureci. Já não o faço entender que é um peso, que me causa dor, que teria que ser diferente, se não que o aceito simplesmente tal como é. Esse é o verdadeiro amor.

Por isso comenta o Padre que depois dos primeiros anos “nossa vida consiste em grande parte em apoiar-nos e agüentar-nos mutuamente” (Milwaukee 13-1-1964, 7).

Quando vou crescendo e amadurecendo ainda mais, então até me alegro disso, e o faço com um sorriso. “Quanto mais sacrifícios ofereçamos um pelo outro, tanto mais felizes seremos” (Obra das famílias, 36), afirma o Padre. Contribuo ao Capital de graças; ofereço à Mater o peso que significa o outro para mim. E assim vou aproximando-me ao Senhor crucificado. Ele aceitou e agüentou os cravos. Por isso, alegro-me de que o Senhor me aproxime a sua cruz, que me assemelhe a Ele.

O espírito de família consiste em grande parte no amor que é capaz de levar o peso dos demais. É uma das tarefas mais difíceis na família. De todo modo, a vida cotidiana mostra-nos: enquanto vivamos nessa terra, haverá discussões e desavenças. A obra mestra consiste em sobrelevar-las sem perder a união de corações. A obra mestra consiste em aproveitar as contrariedades, para crescer y unir-nos mais profundamente.

Perguntas para a reflexão

1. É difícil para mim aceitar os defeitos dos outros?
2. O que me diz a frase: “com alegres sacrifícios sobrelevam-se”?
3. Insisto que os demais atuem conforme ao que a mim parece correto ou goste?


Alguns pontos relevantes e sugestões sobre os filhos e sua educação, para você, Mãe solteira (Do ponto de vista da Igreja Católica)

Por: Cecilia Rivera (teóloga)

1. O filho tem direito à vida, a uma vida digna, tinha direito de nascer como fruto de um matrimônio, não é responsável por ter vindo ao mundo fora do casamento, não foi sua decisão e, se este direito não foi respeitado, pelo menos ele deve contar com uma família que o acolha, ou seja, uma comunidade de vida e de amor.

2. Pode e deve receber o batismo. “É capaz de receber o batismo todo ser humano ainda não batizado, e só ele”. “Os pais têm a obrigação de realizar o batizado nas primeiras semanas de vida da criança. Logo depois do nascimento e, inclusive, antes dele, procurem o pároco para pedir o sacramento para seu filho e preparem-se devidamente”. “Para batizar licitamente uma criança, se exige:

- Contar com o consentimento dos pais, ou de pelos menos um dos dois, ou daqueles que – legitimamente os representarem:

- “Que exista esperança fundamentada de que a criança vai ser educada na religião católica...”. “A criança... em perigo de morte, pode licitamente ser batizada, mesmo contra a vontade de seus pais”.

Levando em conta que a criança não contará com seu pai, o padrinho de batismo deve ser escolhido entre pessoas que realmente se responsabilizem de dar a formação cristã necessária.

Os filhos de mães solteiras podem receber todos os sacramentos da Igreja e realizar todas as atividades paroquiais.

Os filhos têm direito a ser educados, precisam de outros para descobrir o sentido e o valor da vida, para adquirir bons costumes, para desenvolver capacidades e conhecimentos. Não podem ser abandonados a sua própria sorte, precisam que outros os apóiem durante sua infância. Não se pode renunciar à responsabilidade e à grande tarefa de educar os filhos.

A mãe “contagia” a criança, especialmente no período da gravidez, através de seus estados de ânimo. É importante fomentar o bom humor, entusiasmo, alegria, procurando se concentrar em pensamentos positivos. Convém ter momentos de lazer e diversão, evitando ver somente o lado negativo. O filho não deve ser visto como um estorvo, nenhuma mulher se sentiria mais realizada abortando, do que optando pela vida.

Não convém alimentar no filho sentimentos de ódio e rancor contra o pai, mas ajudá-lo a esquecer as ofensas. A criança é inocente e não deve pagar as conseqüências do comportamento dos pais. Para não expor um filho a humilhações, convém conversar com ele sobre sua situação, com carinho, antes que outros o façam. Deixando claro que é a mãe que tem a autoridade sobre o filho, convém procurar que as crianças se relacionem com seus avós, sobretudo levando em conta que a figura paterna poderia ser substituída, em parte, pelo avô. A mãe solteira tem direito (e obrigação) de educar seu filho, no entanto, se ela continuar morando com os pais, deverá saber respeitar certas normas da casa, e, por sua vez, os avós da criança deverão respeitar as decisões que a mãe tomar sobre a educação de seu filho (licenças, etc.).

Não convém superproteger o filho, porque isto afeta sua capacidade de serviço, tornando-o egoísta; é preciso dar-lhe responsabilidades concretas desde pequeno, convém – por exemplo – que ajude nas tarefas do lar, que tenha consciência do apoio que ele pode dar, fomentando uma adequada independência


Problemática enfrentada pela Mãe solteira

Por: Susana S. Polanco

A problemática enfrentada pela mãe solteira é muito dolorosa, em primeiro lugar porque não conta com o apoio do esposo, está sozinha diante da chegada de um bebê que, na maioria dos casos, não tinha sido planejado.

Infelizmente, poucas vezes a mãe solteira encontra um apoio incondicional das pessoas próximas, a maioria das vezes surgem reclamações da família e ela se sente rejeitada e pouco compreendida, conseqüentemente, a dor aumenta porque quando se espera a proteção de nossos seres queridos e ela não chega, a solidão e a melancolia podem invadir a pessoa.

A frustração também se apodera da mãe porque, como o nascimento não tinha sido planejado, certos projetos de vida podem ficar sem conclusão, por exemplo: uma carreira ou um trabalho truncado por causa da maternidade.

A mãe solteira começa a sentir a responsabilidade econômica que não é compartilhada pelo cônjuge, como no caso da mulher casada, ela sabe que é a única encarregada pela manutenção de seu filho e sua situação econômica começa a sofrer estragos porque as despesas aumentam.

O tempo terá que ser repartido entre o trabalho e o cuidado do filho. O problema é que a maioria das vezes os avós assumem o papel de pais e a criança sofre uma instabilidade constante ao não saber a quem obedecer.

Por estas razões, é importante ajudar as mulheres que enfrentam sozinhas este papel de serem mães e pais ao mesmo tempo, é preciso compreendê-las, dar-lhes apoio, para que possam – na medida do possível – desempenhar bem este papel tão difícil.


A problemática de um pai solteiro

Por: Susana S. Polanco

Com certeza, a situação de um pai solteiro é difícil em si mesma, mas é importante indicar os aspectos mais relevantes que ele deve enfrentar, ao ter de desempenhar a enorme tarefa de ser pai e mãe ao mesmo tempo. Trata-se, sem sombra de dúvida, de uma grande responsabilidade!

Em primeiro lugar, um pai solteiro enfrenta a constante preocupação de cumprir sua função eminentemente masculina de prover e proporcionar ao filho uma vida melhor desde uma perspectiva econômica, mas esta função será absolutamente insuficiente, tratando-se de um pai solteiro, motivo pelo qual deverá exercer também uma função mais afetiva, aquela que desempenharia a mãe se estivesse presente, o pai deverá assumir esta responsabilidade com ânimo e muita força de vontade, pois a criação de um filho não é um trabalho fácil de realizar, posto que implica tentar, na medida do possível, satisfazer a necessidade da criança de vincular-se a uma figura materna, de vital importância para o desenvolvimento emocional e afetivo de qualquer menino. Este vazio pode provocar que a criança tenha problemas emocionais, acadêmicos e de comportamento, pela ausência da mãe e, até certo ponto, pela ausência do pai por causa do trabalho; isto evidentemente gera muita angústia no adulto, significa assumir uma responsabilidade enorme que originalmente deveria ter sido compartilhada com o outro progenitor.

Tudo o que aqui foi dito gera diferentes matizes de emoções nos pais solteiros, sobretudo:

• Ansiedade

• Depressão

• Irritabilidade

• Preocupação

Todos estes sentimentos estarão presentes nos diferentes âmbitos da vida do pai solteiro, mas, sobretudo, no relacionamento com o filho, o qual será afetado se o pai se mostrar menos afetuoso, ou então, se prestar mais atenção ao lado negativo da criança, sem considerar o lado positivo; isto, sem dúvida, gera muitas feridas nas crianças e pode prejudicar sua auto-estima, que se tornará frágil e instável. Por isso, recomendamos que este lado seja muito bem trabalhado, sobretudo porque o futuro adolescente vai precisar de uma auto-estima sólida, entre outras coisas, para chegar a ser um adulto são.


Sintomas da pureza

Por: Santiago Ortega Serrano (psicólogo)

O dicionário define a palavra sintoma como: “Sinal, indício de algo que está acontecendo, ou que vai acontecer”. Quando vamos ao médico e dizemos o que sentimos, o que nos dói, estes são os sintomas. O medicamento que o doutor nos dá serve para curar a doença.

Eu quis fazer uma comparação da sintomatologia com a pureza, não porque esta seja uma enfermidade, mas pelas seguintes razões:

Um médico conhece a doença de um paciente através dos sintomas. Da mesma maneira, uma pessoa é pura devido a seu comportamento, sua conduta e forma de ser. Para curar uma doença, temos que ir pouco a pouco para chegar ao núcleo da mesma; assim, se uma pessoa procura viver a santa pureza, tem de ir modificando seu modo de ser, seu comportamento e condutas.

Existem muitos medicamentos, uns para curar sintomas, outros para a doença, uns para ter mais energia, etc. Da mesma maneira, existem “medicamentos” para conseguir ser mais puro, sendo o mais importante deles o Sacramento da Reconciliação, que nos proporciona a graça para amar aos demais; um segundo medicamento muito importante é a generosidade e a prática da caridade. Também existem medicamentos menores, mas importantes, como praticar esportes, uma boa alimentação, amizades sadias, etc. Também é importante saber que a pureza não é a virtude mais importante, mas a Caridade. Quem ama o próximo, cada dia, fica mais parecido com Jesus Cristo, isto é o principal, mas, como algo extra, como algo secundário, quem é caridoso vive a santa pureza. Por este motivo a sintomatologia da pureza é a seguinte:

A pessoa que vive a pureza não se preocupa com exercitar esta virtude, mas procura ser mais generoso e amar mais as outras pessoas. (Este sintoma deve estar presente sempre, para o exercício de qualquer virtude). Não fica pensando: “Não devo ver pornografia”, “Não devo me masturbar”, já que embora não o faça, o sistema nervoso não pode captar os negativos. Por exemplo, se eu disser: “Não pense em um elefante rosa”, imediatamente você imaginou o suposto animal, então quem pensa em termos de “não devo...”, está pensando nisso e será mais fácil cair nestas condutas. Quem vive a pureza, pensa em positivo: “Quero amar mais”, “Quero ajudar”, “Quero trabalhar melhor”.

Quem vive a pureza, certamente tem amigos, sai, se diverte, tem um bom rendimento escolar e de trabalho (sem exagerar, já que isso pode ser um sintoma da impureza também), mas – sobretudo – vive a alegria, está contente. Não esquece de pedir a Maria, sua Mãe, que o ajude a amar, como Nossa Senhora o fazia. Também não se esquece de oferecer cada sorriso e cada momento do dia.

Age com naturalidade, é muito importante este sintoma. Vamos dar um exemplo clínico: duas pessoas, vendo um filme, encontram uma cena imprópria. O primeiro se escandaliza, fica com raiva, se queixa do cinema; o segundo continua curtindo o filme. Tempos depois, o primeiro continua enfadado e com a imagem do filme na cabeça, enquanto que o segundo desfrutou o filme e esqueceu que existia a tal cena.

Nunca julga as outras pessoas pelo fato de não poderem praticar esta virtude, mas – em silêncio – trata de ajudá-las com a oração, fomentando a amizade.

Vive com muita tranqüilidade, não é uma pessoa ansiosa, já que sabe o que sente e sabe aceitar. Ao invés, a ansiedade sempre está presente na impureza e, quando se pode falar desta ansiedade, uma pessoa poderá ser mais pura e caritativa, como conseqüência. É importante levar em conta os seguintes dois pontos para o tratamento do tema em questão:

Esta sintomatologia é a mesma para qualquer virtude. No fundo, o trabalho real é fomentar a virtude da caridade, do amor aos demais. São Tomás de Aquino dizia que a virtude é a repetição de atos bons. Os atos bons que devem ser repetidos têm a ver com o amor aos demais. Também no estudo da Pureza, foram descobertos tratamentos alternativos, os quais podem ajudar a vivê-la:

- Falar, enquanto expressemos com palavras o que sentimos e pensamos, podemos controlar nossos desejos e tomar as melhores decisões sobre nossa afetividade.

- Exercício, arte e atividades sociais: é notável como, através destas atividades, uma pessoa possa tirar essa energia sexual, que não é ruim e que é útil para crescer nestas áreas.

- Pedir ajuda: sempre pode haver alguém que possa ajudar como os pais de família, um sacerdote, um profissional da saúde, como um psicólogo, ou entrar em contato com a ALMAS.

Porém, sobretudo, a oração, sabendo que Deus não nos vai deixar sozinhos. Como diz são José Maria Escrivá de Balaguer: “Meu Deus, é tão fácil perseverar, sabendo que Tu és o Bom Pastor, e nós – eu e você – ovelhas do teu rebanho! Porque sabemos que o Bom Pastor dá sua vida inteira por cada uma de suas ovelhas” (Forja, 319).


A virtude da castidade

Por: Diana García

A castidade é uma virtude. A virtude é uma qualidade ou característica estável. As virtudes, portanto, não são atos ou sentimentos passageiros, ou – até mesmo – momentâneos. As virtudes são permanentes e, a semelhança de outras qualidades que não são dadas naturalmente, devem ser adquiridas durante algum tempo e não se perdem com facilidade.

A virtude da castidade faz parte da virtude cardeal da temperança, que tende a moderar as paixões e os apetites da sensibilidade humana. A temperança é a virtude que afeta os prazeres da comida, bebida e da sexualidade. A castidade é o aspecto, ou parte da temperança, que se refere aos prazeres da sexualidade.

A castidade tem como finalidade imediata ordenar toda a esfera sexual, de acordo com a norma moral, ou seja, procura que a sexualidade esteja de acordo com a moral e as leis naturais. Dentro das funções principais da castidade, encontram-se: dominar e dirigir o prazer sexual e ajustar os atos sexuais à sua própria finalidade natural, isto é, conforme esta razão, ordenar nosso instinto sexual.

Isto não significa suprimir ou reprimir nossa sexualidade, mas marcar os limites indicados pela lei moral. Também não é sinônimo de continência, já que esta pode dar-se em sujeitos imaturos, sem problemas aparentes neste campo, cuja tranqüilidade é periférica porque se obtém com uma forte repressão. As conseqüências não demoram em se manifestar por outros caminhos que aparentam não estar em relação direta com o sexo, mas que os próprios psicólogos têm sabido denunciar seu verdadeiro significado.

Alguém poderia pensar que a castidade se opõe ao amor, mas, ao invés, o favorece porque se opõe ao prazer egoísta que impede o amor chegar a sua plenitude humana e espiritual. Graças a esta virtude, a pessoa integra sua sexualidade à sua vocação, ou seja, ordena sua sexualidade para desenvolver o amor e o domínio de si mesma.

A castidade, como toda virtude, é uma tarefa e um trabalho pessoal. Isto significa que cada pessoa deve realizar um esforço predominantemente pessoal.


O amor livre

Por: Rebeca Reynaud

Os defensores do “amor livre” dizem: “O amor não é amor se não for livre”. Aparentemente, colocam o amor acima de tudo, mas não. Eles situam a liberdade individual acima do amor. Sua posição equivale a dizer: “Eu lhe dou tudo, menos a minha liberdade, que é o que mais aprecio, até mesmo mais do que você”. Por acaso amar significa não se comprometer?

Se você tivesse uma casa alugada, comprometeria todo seu dinheiro em melhorá-la? Não. Por quê? Porque é provisória. Assim, não pode haver totalidade no experimento. A pessoa que defende o amor livre diz: “Vou experimentar com você, se me convém, continuo...”.

Quem ama, põe a liberdade individual a serviço do amor. Aqueles que aceitam o amor livre ou o casamento como “prova”, são pessoas inseguras. Geralmente são assim porque têm visto infidelidades em seus pais ou tiveram uma experiência negativa do amor. A pessoa que defende esta posição diz: “Como existem fracassos no amor conjugal, não me caso”, em vez de dizer: “Vou me tornar adulto para assumir, como adulto, o compromisso de entrega do amor, sem o qual o amor não é amor”.

O “amor livre” toma os seres humanos como objeto de prova, mas o ser humano é destruído para sempre nessa prova, no aspecto biológico, psicológico e moral.

O amor livre equivale ao “casamento como prova” para se conhecer bem; mas, essa observação é artificial, impede a espontaneidade porque se pretenderá cuidar a imagem. A experiência tem demonstrado que o casamento como prova não garante um pleno conhecimento da pessoa, já que o ser humano sempre está em processo de evolução, é inconstante por natureza, no entanto, pode superar essa deficiência através das virtudes e com a forte atração pelo bem que vive em seu coração.

O homem deseja ser admirado pela mulher, mas predomina nele a tendência a se deixar atrair pela mulher; predomina o aspecto sexual sobre o sentimental. Se o homem não conseguir se dominar, vai achar que está perdidamente apaixonado pela última beldade que vê, quando – na verdade – está sendo escravo de uma sensualidade superficial.

A grandeza do homem fica prejudicada quando a fidelidade vem a ser considerada equivalente a estabilidade ou imobilismo. Aceitar isso é ir atrás da infidelidade, que será vista como dinâmica, criadora e espontânea. Fidelidade significa crescimento no amor, constância no carinho, é qualidade de vida. O enamorado tende ao sim total, perpétuo e exclusivo, ao sim sem reservas. Quem não experimentar o sentimento de se entregar de uma vez para sempre, sem possível retorno, não ama verdadeiramente.

O “casamento com prova” é uma situação irregular que muitos hoje querem justificar, atribuindo-lhe certo valor. A própria razão humana insinua que não se pode aceitar, que é pouco convincente que seja feito um “experimento”, tratando-se de pessoas, cuja dignidade exige que sejam unicamente destinatários de um amor de doação, sem limite algum de tempo; pede que sejam fim e não meio.

João Paulo II dizia aos alemães: “A união corporal e sexual é algo grande e formoso. Mas só é digna do homem se for integrada em uma vinculação pessoal, reconhecida pela sociedade civil e eclesiástica. Toda união carnal entre homem e mulher tem, portanto, seu legítimo lugar somente dentro do recinto de fidelidade pessoal, exclusiva e definitiva, no matrimônio. (...) Não se pode viver somente de prova, não se pode morrer somente de prova. Não se pode amar somente de prova, aceitar uma pessoa somente como uma prova e por um tempo determinado” (Alemanha, 15 de novembro de 1989, n.5).

O dom do corpo na relação sexual é o símbolo da doação total da pessoa. Isto não se consegue sem uma educação para o amor autêntico e sem o correto uso da sexualidade.

Ana Catalina Emmerick escreve: “Tudo que o homem pensa, diz e faz tem alguma vida e continua vivendo como obra boa ou má. É preciso remediar o mal com a confissão e a penitência; de outro modo, continuarão as conseqüências sem fim do pecado” (tomo X, 478, n. 45).


Que tipo de vida você prefere viver?

Por: Nancy Escalante

Hoje em dia, é comum escutar nos meios de comunicação, com os amigos, na escola, etc., que é preciso desfrutar a vida ao máximo e que isto se consegue deixando-se levar pelo impulso, de tal maneira que a diversão se encontra no álcool, na droga, no sexo e em tudo o que conduza ao prazer. No entanto, na verdade, isto pode dar um prazer momentâneo, mas, posteriormente, traz consigo um grande vazio, uma grande dor e uma grande solidão.

Por outro lado, tentar viver o equilíbrio em todos os âmbitos de nossa vida nos permite controlar nossos desejos e impulsos, no entanto, não é sempre fácil e por isso é importante se esforçar por viver dia a dia o valor da sobriedade e da temperança.

Uma das personalidades que mais destacam, em qualquer lugar, é aquela cujas atitudes denotam ordem e equilíbrio, porque dificilmente cai em excessos de qualquer índole, transmitindo harmonia e dando um grande testemunho a seu redor.

Viver estes valores em nossa vida nos ajuda a dar a cada coisa o seu justo valor e a lidar adequadamente com nossos apetites, uma vez que nossa vontade se fortalece, não permitindo que caiamos em excessos que, por sua vez, nos conduzam à insatisfação. Que sempre desejemos mais e mais. Aqui está a causa dos vícios: o desejo desenfreado de prazer sexual, a infidelidade e, portanto, a autodestruição, o vazio existencial e o sofrimento.

Por isso, o esforço por viver sobriamente ajuda a pessoa a ter segurança em suas capacidades e qualidades, a manter um controle sobre suas paixões e seu próprio corpo, a se afastar dos vícios, com a capacidade de oferecer uma amizade e um amor genuíno e fundamentado nos valores humanos, o que dá à pessoa uma verdadeira identidade e plenitude interna que a leva a compreender o sentido da vida.


“O dia de hoje”

Por: Rebeca Reynaud

Meu trabalho é como o de quase todos, mas eu escolho que tipo de dia quero ter.

Hoje, posso ficar angustiado porque tenho de trabalhar ou posso gritar de alegria porque tenho trabalho.

Hoje, posso chorar porque as rosas têm espinhos, ou posso rir porque os espinhos têm rosas.

Hoje, posso me queixar porque tenho de fazer os trabalhos do lar, ou posso me sentir honrado porque tenho um teto para viver. Hoje, posso frustrar-me porque não tenho dinheiro, ou posso estar satisfeito com a minha capacidade de poupar. Hoje, posso protestar porque amanheceu chovendo, ou posso dar graças a Deus porque a água existe. Hoje, posso me compadecer de minha saúde ou posso me alegrar porque a dor é um dom que não mereço. Hoje, posso dissimular meus defeitos para ser bem-visto pelos meus semelhantes ou dissimular meus pequenos heroísmos para ser bem-visto por Deus. Hoje, vejo minhas mãos..., podem roubar, destruir e maltratar, mas também podem limpar, curar e sustentar. Hoje, posso pensar que Deus é um espelho do homem, ou considerar que o homem foi feito à imagem de Deus. Hoje, posso ficar de mau humor porque escutei uma crítica ou posso aproveitar essa ocasião para desagravar e reparar. Hoje, posso chorar porque perdi um ser querido ou posso pensar que ele chegou à sua Pátria verdadeira. Hoje, posso ter contradições e maldizer a vida, ou posso ver uma ocasião de ajudar Jesus a levar sua Cruz. Hoje, posso angustiar-me porque tenho uma pausa durante o dia, ou posso me alegrar porque posso rezar. Hoje, posso arrastar o cobertor o dia inteiro ou posso caminhar com novidade de sentido (in novitate sensu). Hoje, posso me aborrecer com a prosa diária, ou posso fazer dela um poema ao divino. Hoje, me foi dada uma “vida pequena” para esbanjá-la no prazer ou para aproveitá-la procurando o bem das pessoas e a felicidade.

Hoje, aprendi que o mais importante da vida não é ganhar dinheiro, nem ascender na escala social, nem receber homenagens... O mais importante na vida é o tempo que dedicamos às pessoas que amamos. Viva cada dia como se fosse o único e o último que você tem. “Se você chorar porque perdeu o sol – dizia Saint Exupery – as lágrimas não lhe permitirão ver as estrelas”. A diferença entre um dia “negro” e um dia pleno de sentido depende da forma como este dia for contemplado.